Mostrar mensagens com a etiqueta salgueiro maia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta salgueiro maia. Mostrar todas as mensagens

26 de abril de 2021

Município de Castelo de Vide investe na Casa da Cidadania Salgueiro Maia

O Governo autorizou a Direção Regional de Cultura do Alentejo (DRCA) a reprogramar os encargos referentes à instalação da Casa da Cidadania Salgueiro Maia, em Castelo de Vide (Portalegre), num valor superior a 976 mil euros.

A secretária de Estado do Orçamento, Cláudia Joaquim, e a secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural, Ângela Carvalho Ferreira, autorizaram a reprogramação dos encargos no valor de 976.460 euros, através de uma portaria publicada hoje em Diário da República (DR).

O presidente da câmara de Castelo de Vide, António Pita, explicou à agência Lusa que este valor agora autorizado pelo Governo é referente ao custo “de uma fase” do projeto, principalmente quanto à componente museológica.
“Esta portaria revela o custo de uma fase do museu, composto por várias fases, diferentes adjudicações e, esta adjudicação, é só para a parte museológica, para o edifício mãe”, disse.

António Pita informou que o projeto na globalidade conta com um investimento que “ronda os 3,5 milhões de euros”, e que, em contrapartida nacional será assegurada pelo município.
A Casa da Cidadania Salgueiro Maia, que está em construção no castelo da vila, é um núcleo museológico que homenageia o capitão de Abril. 
Segundo o autarca, a inauguração deve realizar-se a 01 de julho.

(Rádio Campanário)

 

29 de abril de 2019

Museu Salgueiro Maia avança na sua terra natal

O Município de Castelo Vide lançou a primeira pedra da “Casa de Cidadania Salgueiro Maia”, um desígnio que cumpre um voto testamentário do capitão de Abril e imortaliza os valores da Revolução dos Cravos, num novo espaço museológico.

A obra, que numa primeira fase requer um investimento de um milhão de euros, deverá arrancar durante o mês de maio para ser inaugurada no final de 2020.

A Casa de Cidadania, localizada no castelo da vila alentejana, vai requalificar um espaço nobre e mostrar o vasto espólio do militar.

O autarca de Castelo de Vide, António Pita, frisa que “este novo equipamento cultural é mais do que um museu para a região, é um museu para o país”.

(Rádio Portalegre)

14 de abril de 2015

Museu Salgueiro Maia vai ser criado em Castelo de Vide

Um museu com o acervo de Salgueiro Maia vai ser construído em Castelo de Vide, no Alto Alentejo, município que detém o espólio do capitão de Abril.

“O espaço destinado ao museu vai ser no castelo da vila, afeto à Secretaria de Estado da Cultura”, adiantou António Pita, lembrando que inicialmente o projeto museológico esteve previsto para um palácio setecentista, denominado por Casa do Morgado, adquirido pela câmara municipal.

Segundo o autarca social-democrata, Salgueiro Maia expressou duas vontades em testamento, uma foi ser sepultado na sua terra Natal, Castelo de Vide, em campa rasa, e a outra passou por deixar o seu espólio ao município para que fosse objeto de musealização.

“Finalmente há um compromisso político por parte da Secretaria de Estado da Cultura, que, no dia 22 deste mês, vai assinar em Castelo de Vide um protocolo com a câmara para definir os moldes deste museu”, disse.
Indicando que “ainda não há” uma data definida para a abertura do espaço museológico, António Pita salientou que o município tem “muito trabalho desenvolvido” em matéria de inventário.

“Importa também articular a questão dos financiamentos, através dos fundos comunitários. Temos que arranjar naturalmente um enquadramento financeiro, porque a câmara tem cumprido de acordo com o que foi o compromisso político inicial”, declarou.
De acordo com o autarca, “falta, agora, o Estado assumir definitivamente” que Salgueiro Maia é um “desidrato nacional”, e “não meramente municipal”.

“Se a questão for apenas criar um espaço museológico dedicado ao homem Salgueiro Maia, nós fá-lo-emos sem qualquer tipo de problema, agora entendemos é que deveria ser uma assunção do Estado porque ele é uma figura nacional que merece, naturalmente, uma outra dimensão que não apenas ficar confinado a um herói municipal”, defendeu.
É nesse sentido, segundo António Pita, que vai ser celebrado o protocolo com a Secretaria de Estado da Cultura, ou seja, o projeto passa por dar uma “dimensão nacional” ao capitão de Abril.

Entre as peças que fazem parte do espólio a instalar no museu figura o “célebre” megafone com que a 25 de Abril de 1974, no Largo do Carmo, em Lisboa, o então capitão intimou Marcello Caetano a render-se e a entregar o poder às forças da democracia.
O espaço museológico vai também exibir o uniforme e o ‘quico’ que Salgueiro Maia envergava nesse dia (25 de Abril de 1974), entre outros uniformes, divisas, flâmulas, estandartes e pendões, insígnias, diplomas e louvores, documentos militares e fichas escolares pertencentes ao militar.
O museu vai acolher ainda um espaço com cartazes, fotografias e uma coleção de miniaturas de carros de combate (a sua especialidade como oficial de Cavalaria e a sua grande paixão profissional).

(Lusa)

5 de maio de 2014

O célebre megafone de Salgueiro Maia é uma das peças do seu museu em Castelo de Vide

O presidente da Câmara de Castelo de Vide, município que detém o espólio de Salgueiro Maia, exigiu ao governo que comparticipe a construção de um museu destinado a expor o acervo do capitão de Abril.

Em declarações à agência Lusa, António Pita, eleito pelo PSD, considerou que a vontade do capitão Salgueiro Maia «só ainda não foi cumprida» porque os sucessivos governos «nunca assumiram» a responsabilidade.

«Salgueiro Maia expressou duas vontades em testamento, uma foi ser sepultado em Castelo de Vide, em campa rasa, e a outra passou por deixar o seu espólio ao município para que fosse objeto de musealização», recordou.

Segundo autarca, a criação do museu ainda não surgiu porque o município «sempre teve esperança» que os sucessivos governos «assumissem a responsabilidade», não querendo a câmara «confinar» a dimensão de Salgueiro Maia «apenas a um filho ilustre» de Castelo de Vide.

25 de abril de 2014

Salgueiro Maia alentejano de Castelo de Vide

Salgueiro Maia é não só a grande referência ética e moral do 25 de Abril como representa, para todos os portugueses, sem excepção, a pureza dos ideais de Abril. Um Portugal livre, sem colonizadores, nem colonizados, sem portugueses de primeira e de segunda, onde a solidariedade não é uma palavra vã e a coesão territorial é um desígnio nacional.

É certo que a ditadura caiu e o império se desfez, mas ainda falta cumprir-se o 25 de Abril. Com efeito, Lisboa deixou de ser a Capital do Império da República Portuguesa para se transformar na voraz Cidade-Estado da República de Lisboa que, tal como Cronos, devora hoje os filhos do seu próprio povo e deste pobre País.

Foi, por isso, com profunda indignação e extrema revolta que ouvi o apelo do vate da República para que o Parlamento aprovasse a trasladação dos restos mortais do alentejano Salgueiro Maia para o Panteão de Lisboa. E Manuel Alegre, senador da República de Lisboa, não precisava sequer de pensar muito para perceber a afronta que significa para um alentejano a simples sugestão de ser enterrado em Lisboa. Em todo o caso, vou recordar-lhe.

Durante os últimos quarenta anos, o poder político sediado na capital, traindo os ideais de Abril, transformou Lisboa num enorme eucalipto que vai desertificando, ano após ano, de forma persistente, constante e desumana, todo o território nacional. Neste momento, de Portugal só já sobeja uma estreita faixa litoral delimitada a sul pelo Tejo, a norte pelo Douro e a leste pela A1. Para lá desta faixa litoral fica o deserto, como o ministro Mário Lino, com aquele seu tom de desprezo, tão bem soube catalogar.

E os alentejanos são hoje os homens do deserto. E é no deserto de Castelo de Vide, no chão sagrado do Alentejo, que está sepultado o alentejano Salgueiro Maia (ainda que considere que os autarcas do Alto Alentejo já deviam ter diligenciado para que os seus restos mortais fossem traslados para a Igreja Matriz, para o castelo ou para outro lugar relevante no centro da vila).

Como eu já escrevi, "o Alentejo molda o carácter de um homem. A solidão e a quietude da planície dão-lhe a espiritualidade, a tranquilidade e a paciência do monge; as amplitudes térmicas e a agressividade da charneca dão-lhe a resistência física, a rusticidade, a coragem e o temperamento do guerreiro. Não é alentejano quem quer. Ser alentejano não é um dote, é um dom. Não se nasce alentejano, é-se alentejano."

E Salgueiro Maia era alentejano por nascimento e temperamento. A coragem, a serenidade e o desprendimento são características típicas do alentejano.

Acresce que propor a trasladação dos restos mortais do alentejano Salgueiro Maia para o Panteão de Lisboa no preciso momento em que o Governo anuncia o encerramento do Tribunal Judicial de Castelo de Vide só pode ser entendido como um insulto à sua memória, a todos os alentejanos e ao Alentejo. Aliás, neste momento, não há um único alentejano que conseguisse descansar em paz enterrado no chão da Cidade-Estado. Leva-nos os vivos e, com eles, as escolas, os hospitais e os tribunais e, não contente com isto, quer agora também levar-nos os mortos? Antes ser enterrado no Inferno.

Eu compreendo que os políticos da República de Lisboa gostassem de ter o Capitão de Abril ali à mão de semear para, de vez em quando e por rotina, lá irem colocar uma coroa de flores e dizer umas palavras de circunstância. Mas têm de ter paciência como os alentejanos. Se querem depositar coroas de flores no túmulo de Salgueiro Maia, têm de vir a Castelo de Vide, sempre têm a oportunidade de apreciar na viagem o deserto em que transformaram o interior deste País.

Como alentejano, peço, do mais fundo da minha alma, aos familiares de Salgueiro Maia, símbolo vivo do Alentejo e do carácter dos alentejanos, que, no dia em que for aprovada a sua trasladação para o Panteão de Lisboa, saibam responder aos senhores da Cidade-Estado como responderia Salgueiro Maia. E até podem, se quiserem, responder à proposta do vate da República de Lisboa com o conhecido refrão de um poema de um jovem poeta coimbrão: "Há sempre alguém que resiste! Há sempre alguém que diz não!"

Santana-Maia Leonardo
(in Público, Fev 2014)

25 de abril de 2013

Um alentejano no 25 de Abril...

Naquele dia do princípio de Abril de 1992, no cemitério de Castelo de Vide, quatro presidentes da República (António de Spínola, Costa Gomes, Ramalho Eanes e Mário Soares), vêem descer à terra num modesto caixão o corpo de um dos homens que mais contribuiu para que tivessem podido ascender à mais alta magistratura da Nação. No dia 4, Fernando Salgueiro Maia fora vencido pela doença. «O gajo ganhou», dissera ele a um oficial da EPC, referindo-se ao cancro quando se convenceu do carácter terminal da sua doença.
Quem é este homem, vencedor de batalhas, de revoluções, que agora desce à terra, em campa rasa, ao som do «Grândola, Vila Morena»?

Nasceu ali, em Castelo de Vide, em 1 de Julho de 1944.
Muito novo, fica órfão de mãe. Faz os estudos primários em São Torcato, Coruche, e os secundários no Colégio Nun'Álvares de Tomar e no Liceu Nacional de Leiria. Em 1964, ingressa na Academia Militar.

«Filho de uma família de ferroviários, é a situação de guerra nas colónias que me permite o acesso à Academia Militar, pois o conflito fez perder as vocações habituais, e assim a instituição foi obrigada a abrir as suas portas», diz-nos ele em «Capitão de Abril». Dois anos depois, apresenta-se na Escola Prática de Cavalaria. Depois, a guerra. 

Porém, tudo se pode resumir a uma breve legenda: Salgueiro Maia, soldado português que à frente de 240 homens e com dez carros de combate da EPC avançou em 25 de Abril de 1974 sobre Lisboa, ocupou o Terreiro do Paço levando os ministros de um regime ditatorial de quase 50 anos a fugir como coelhos assustados, cercou o Quartel do Carmo obrigando Marcelo Caetano a render-se e a demitir-se. Atingiu o posto de tenente-coronel, recusou cargos de poder. É o mais puro símbolo da coragem e da generosidade dos capitães de Abril.
E quase tudo terá ficado dito.

(in Vidas Lusófonas)