Em declarações à agência Lusa, António Pita, eleito pelo PSD, considerou que a vontade do capitão Salgueiro Maia «só ainda não foi cumprida» porque os sucessivos governos «nunca assumiram» a responsabilidade.
«Salgueiro Maia expressou duas vontades em testamento, uma foi ser sepultado em Castelo de Vide, em campa rasa, e a outra passou por deixar o seu espólio ao município para que fosse objeto de musealização», recordou.
Segundo autarca, a criação do museu ainda não surgiu porque o município «sempre teve esperança» que os sucessivos governos «assumissem a responsabilidade», não querendo a câmara «confinar» a dimensão de Salgueiro Maia «apenas a um filho ilustre» de Castelo de Vide.
No sentido de iniciar o processo de construção do museu, com «dimensão nacional», o município inaugurou na Praça de Armas do castelo daquela vila alentejana, um núcleo museológico denominado «Salgueiro Maia – apontamentos biográficos de um herói de Abril castelo-vidense».
Após a inauguração do espaço, vai ser assinada uma Carta de Compromisso entre a câmara, a Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo e a Direção Regional da Cultura do Alentejo para a criação do «Museu de Cidadania Salgueiro Maia», no qual serão integradas todas as peças do capitão de Abril.
Entre as peças que fazem parte do espólio a instalar no núcleo museológico, que servirá de «pontapé de saída» para a construção de um museu, figura o «célebre» megafone com que a 25 de Abril de 1974, no Largo do Carmo, em Lisboa, o então capitão intimou Marcello Caetano a render-se e a entregar o poder às forças da democracia.
Para evocar os 22 anos da morte do herói de Abril e os 40 anos da Revolução dos Cravos, o espaço museológico vai ainda exibir o uniforme e o “quico” que Salgueiro Maia envergava no dia 25 de Abril de 1974, entre outros uniformes, divisas, flâmulas, estandartes e pendões, insígnias, diplomas e louvores, documentos militares e fichas escolares pertencentes ao militar.
De acordo com o município, o núcleo museológico contempla ainda um espaço com cartazes, fotografias e uma coleção de miniaturas de carros de combate (a sua especialidade como oficial de Cavalaria e a sua grande paixão profissional).
«Nós agora, com esta exposição, abrimos um núcleo museológico, mas queremos um museu», reiterou o autarca.
De acordo com António Pita, o espaço apenas vai exibir «uma pequena parte» do espólio de Salgueiro Maia.
O autarca indicou que o município já adquiriu um imóvel para a construção do museu, um palácio setecentista, denominado por Casa do Morgado.
Fonte: TVI24
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