20 de abril de 2021

‘Cartas Portuguesas’ de Mariana Alcoforado editadas em Espanha

As ‘Cartas Portuguesas’ atribuídas a Mariana Alcoforado (1640-1723), um dos primeiros exemplos de uma “novela epistolar”, foram publicadas em Espanha com notas e introdução do historiador José António Falcão, numa tradução de María Jesús Fernández.

As ‘Cartas Portuguesas’ são cinco missivas de amor, “cheias de ardor”, alegadamente escritas por uma freira de um convento de Beja a um aristocrata ao serviço do exército francês “num período culminante da Guerra da Restauração”, cujo nome não é revelado, e que foram publicadas pela primeira vez em 1668 por um editor parisiense.

Na opinião de José António Falcão, as “Cartas Portuguesas” são “um dos primeiros exemplos, senão o primeiro, de um género original, a novela epistolar” que surgiu no século XVII”, referindo ainda a “aura criada em torno da sua autoria”.

Para uns, estas cartas são uma criação apócrifa, ou seja, cuja autoria não é a da freira de Beja, mas sim de origem francesa, outros “veem nelas o reflexo da identidade portuguesa”.

A edição original francesa esclarece desconhecer o destinatário das cartas e quem as traduziu, mas a dúvida da sua autoria paira entre a freira portuguesa e Gabriel-Joseph Guilleragues, pseudónimo de G.-J. Lavergne (1628-1685), que foi embaixador de Luís XIV de França no Império Otomano, e cujo talento literário era apreciado, tendo sido redator chefe da “Gazette de France” e referenciado como tradutor das “Cartas” numa “edição pirata” de 1669.

Para Falcão, “a história das ‘Cartas Portuguesas’ constitui em si uma novela”, referindo que Mariana “recorreu a uma prosa distinta da usada habitualmente na época” com uma estrutura sem períodos nem parágrafos, o que “suscitou críticas por parte dos literatos”, nomeadamente Gabriel Guéret.

Falcão faz referência à evolução da crítica histórica e literária sobre as “Cartas”, que assumiram interesse em Portugal no século XIX, com Alexandre Herculano e Camilo Castelo Branco, que consideraram terem sido escritas originalmente em francês.

José António Falcão cita os contributos de vários investigadores sobre esta temática, designadamente Teófilo Braga, Luciano Cordeiro, responsável pela “redescoberta e reinvenção nacional da freira de Beja”, e Edgar Prestage que escreveu sobre Mariana na Enciclopédia Britânica em 1911.

(Notícias ao Minuto)

 

27 de fevereiro de 2021

Universidade de Évora lidera dois novos Laboratórios Associados dedicados ao Património e à sustentabilidade

 

A Universidade de Évora (UÉ) lidera dois novos Laboratórios Associados financiados pela FCTOs, que visam atingir metas estabelecidas no âmbito da política científica e tecnológica em Portugal.
Dos dois novos laboratórios liderados pela UÉ, um irá desenvolver-se na área do Património, Artes, Sustentabilidade e Território, o IN2PAST, e outro dedicado à Mudança Global e Sustentabilidade em Portugal, o CHANGE.

O Laboratório Associado dedicado à Mudança Global e Sustentabilidade em Portugal, denominado Instituto para as Alterações Globais e Sustentabilidade, com acrónimo CHANGE, será coordenado por Teresa Pinto Correia, professora da UÉ que recentemente foi nomeada para integrar o Conselho Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI).
“Esta estrutura procura tornar-se numa referência de investigação e inovação para o desenvolvimento, avaliação e operacionalização de políticas regionais, nacionais e internacionais, contando para tal com uma equipa de 316 investigadores integrados, maioritariamente em Évora, em Beja, Faro, e nos Açores,” informa a academia em comunicado.

Por sua vez, o Laboratório Associado para a Investigação e Inovação em Património, Artes, Sustentabilidade e Território (IN2PAST), coordenado por António Candeias, dedica-se à preservação, estudo e promoção do património cultural. Assumindo-se como multidisciplinar e transdisciplinar, pretende fazer do património e das artes atores centrais no desenvolvimento da sociedade tornando-os significativos, sustentáveis e acessíveis num mundo cultural em constante mudança. Atrair talento para a estratégia nacional de emprego científico e carreiras científicas, e por outro lado, ser um ator fundamental para as políticas públicas na área do património, das artes e da memória coletiva constituem-se como objetivos centrais do IN2PAST.

Este é um consórcio com provas dadas na área das Ciências do Património, sendo integrado por sete  Unidades de I&D de cinco Universidades Portuguesas e com uma equipa de investigação composta por 331 Investigadores, bem como equipamentos únicos para o estudo do património, na sua maioria “concentrados” no Laboratório HERCULES da UÉ.

“Abre-se agora uma nova oportunidade para o estudo e intervenção nas áreas do património cultural, das artes e das políticas de memória, suportado pelo desenvolvimento da carreira de investigação nestas mesmas áreas” considera o coordenador do IN2PAST, laboratório que combina investigação fundamental multidisciplinar e transdisciplinar – da Química à Arqueologia, dos Estudos Artísticos à História, dos Estudos Musicais à Antropologia -com uma capacidade laboratorial instalada de Évora ao Minho.

Museu de Mértola tem um novo site

O Museu de Mértola tem um novo site, onde é possível conhecer os seus diferentes núcleos e o seu espólio.

Neste site, que tem versões em português e inglês, também poderá ler a história a história do projeto museológico, as publicações e o trabalho educativo realizado.

O Museu de Mértola é constituído por 14 núcleos museológicos temáticos, a maioria deles com estruturas arqueológicas no seu local de origem, ou instalados em edifícios interessantes pela sua arquitetura ou importância para a história local.

Estes núcleos encontram-se instalados em diversos edifícios da vila alentejana de Mértola e nas localidades de Mosteiro, Alcaria dos Javazes e Mina de S. Domingos.

Visite AQUI

(Porto dos Museus)

18 de fevereiro de 2021

Destroços de possível navio holandês do século XVII encontrados na lagoa de Melides

 

Destroços de uma embarcação, possivelmente um navio holandês do século XVII, foram encontrados na sexta-feira na lagoa de Melides, em Grândola, e recolhidos para análise e identificação, revelou a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).

De acordo com a DGPC, as fortes chuvadas ocorridas no início deste mês de fevereiro deixaram expostos, “durante um breve período”, os destroços de uma embarcação que se suspeita ser o Schoonhoven, um navio holandês que, “segundo registos históricos, naufragou ao largo de Melides a 23 de janeiro de 1626”. No local, foi feito um registo tridimensional do destroço e colhida “uma amostra duma tábua de forro exterior da embarcação”, que será estudada para validar a hipótese.

A investigação incluirá uma análise aos anéis de crescimento da madeira (dendrocronologia) dos destroços encontrados, o que permitirá saber “a data de abate da árvore que deu origem à tábua, a sua espécie, ou ainda o tipo de clima onde cresceu”.

O achado arqueológico, “só visível durante a maré-baixa”, “foi reenterrado pelas dinâmicas do estuário prestes também a desaparecer quando a Lagoa fechar de novo”, refere a DGPC em comunicado. Segundo a DGPC, outros destroços, possivelmente do mesmo navio, já tinham sido antes identificados por mergulhadores na lagoa de Melides, mas “o fenómeno natural motivado pelas fortes chuvadas durante a primeira metade de fevereiro expôs durante um breve período de tempo o destroço ora identificado”.

Segundo a DGPC, os trabalhos no local foram feitos “de emergência” pela equipa do projeto “Um Mergulho na História”, especializado em “deteção, escavação e divulgação de naufrágios históricos”. “A monitorização e avaliação” foram asseguradas por uma equipa do Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática (CNANS), em conjunto com a Direção Regional de Cultura do Alentejo e a Câmara Municipal de Grândola.

Na operação estiveram ainda envolvidas a Administração da Região Hidrográfica do Alentejo, a Guarda Nacional Republicana (GNR), a Capitania do Porto de Sines e a Autoridade Marítima Nacional.

(Direção-Geral do Património Cultural (DGPC))


Navio da Companhia Holandesa das Índias Orientais naufragou em Portugal durante a terceira viagem à Ásia

A investigação história realizada no âmbito do “Um Mergulho na História” permitiu identificar documentação no Arquivo Histórico Ultramarino e nos Arquivos Holandeses que regista a partida do Schoonhoven, o seu naufrágio em Melides e as “diligências desenvolvidas por instituições locais no sentido de arrecadar os salvados arrojados à costa”.

Segundo estes documentos, o navio partiu da ilha de Texel, nos Países Baixos, a 20 de dezembro de 1625. O navio, um jacht de 400 toneladas construído em 1619 pertencia à Verenigde Oost-Indische Compagnie (Companhia Holandesa das Índias Orientais), realizava a terceira viagem em direção à Ásia. O percurso foi interrompido no início de 1626 “pelo seu naufrágio na costa de Portugal”. Segundo a DGPC, “o navio terá sido arrojado contra a costa, ou tentado abrigar-se em Melides numa última manobra desesperada”.

O naufrágio, provocado pelo mau tempo, foi descrito por Agostinho Dias, “que assistia em Melides à fábrica das madeiras de pinho para as naus da Índia”, em carta ao Vedor da Fazenda. O homem deu conta na mesma missiva da morte da maior parte da tripulação que levava e notou ainda que na nau se “levavam onze âncoras e que eram muito boas para naus suas que lá estavam e para tiros e dezasseis peças [de artilharia], duas de corso e as mais de defesa”.

A mesma informação é atestada num outro documento, uma carta de 27 de janeiro de 1626 do Juiz de Fora de Setúbal. “Na costa de Melides, [na altura do] termo de Santiago de Cacém, deu à costa uma nau que dizem ser da Holanda e segundo parece pelo que tem saído em terra devia ir carregada de mantimentos por se achar muita carne na costa desta vila e na de Tróia e Melides; me dizem haver saído pipas de vinho e outras coisas de que não tenho bastante notícia por ser o tempo ser muito tempestuoso”, escreveu o responsável na missiva enviada para Lisboa.

“Estes dados serão fundamentais para afirmar com maior certeza se este destroço pertencia ao malogrado Schoonhoven que terá tentado provavelmente abrigar-se em Melides numa última manobra desesperada. De facto, informação histórica disponível, incluindo estampas publicadas em obras desta época, mostram que existia um estuário onde hoje se localiza a Lagoa, sendo pois possível a navios de porte considerável fundearem junto à Vila de Melides”, referiu a DGPC, lembrando que “de tal dá conta a Peregrinação de Fernão Mendes Pinto, como cantada por Fausto Bordalo Dias”. Diz a passagem:

“Sonhei muitos, muitos anos por esta hora chegada
De Lisboa para a Índia vou agora de abalada
Mas em frente de Sesimbra, logo um corsário francês
Nos atirou para Melides com o barco feito em três
E por Deus e por el rei, que grande volta que eu dei”.

(Observador)

14 de fevereiro de 2021

Candidatura de Évora a Capital da Cultura lança ciclo de documentários

A Candidatura de Évora a Capital Europeia da Cultura em 2027 apresenta um ciclo ‘online’ de pequenos documentários que semanalmente, até novembro, vai dar a conhecer histórias sobre pessoas, projetos e instituições da comunidade.

A iniciativa designa-se #SENDO e pode ser acompanhada através das páginas de Évora 2027 nas redes sociais Facebook e Instagram e no YouTube.

Segundo os organizadores, o projeto #SENDO é “um ciclo de pequenos documentários que dá a conhecer várias histórias que representam o trabalho desenvolvido na comunidade, seja em instituições (públicas ou privadas), associações, fundações, cooperativas ou outras formas coletivas” de organização.

As histórias retratadas vão “da inovação e investigação, documentação e arquivo, passando pela arte contemporânea, arte popular, património, recursos naturais, arqueologia e arquitetura”.

A iniciativa “convoca pessoas, projetos e instituições que já operam a transformação criativa, cultural e patrimonial na cidade de Évora e no território alentejano”.
A candidatura de Évora a Capital Europeia da Cultura em 2027 é da responsabilidade da Comissão Executiva “Évora 2027”, liderada pela câmara municipal.

Esta comissão integra ainda a Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo, Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Alentejo, Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central, Direção Regional de Cultura do Alentejo, Fundação Eugénio de Almeida, Turismo do Alentejo e Universidade de Évora.

(Notícias ao Minuto)

 

6 de fevereiro de 2021

Biblioteca de Reguengos disponibiliza “Take-away literário”

 

A Biblioteca Municipal de Reguengos de Monsaraz voltou a ter disponível o serviço “Take away literário” para empréstimo domiciliário de livros, DVD e CD, tal como aconteceu no anterior período de confinamento devido à pandemia de covid19. Os utentes podem requisitar até cinco títulos da sua preferência no catálogo online da biblioteca (www.cm-reguengos-monsaraz.pt/biblioteca/) e recolhê-los no dia e hora que pretenderem agendar durante o seu período de funcionamento (segunda a sexta-feira das 8h às 14h).

Após a seleção dos títulos no site da Rede de Bibliotecas de Reguengos de Monsaraz, os utentes deste serviço de empréstimo domiciliário têm de contactar a biblioteca municipal (Tel: 266508040 ou e-mail: biblioteca@cm-reguengos-monsaraz.pt) para indicar as suas escolhas (título e autor), o nome completo e o número de leitor. Todos os livros, DVD e CD que forem disponibilizados vão ficar em quarentena para evitar riscos de contágio no empréstimo seguinte.

(Metronews)

4 de fevereiro de 2021

Em Vila Viçosa, prémio de pintura evoca Henrique Pousão

 

As candidaturas ao Prémio de Pintura Henrique Pousão, promovido pela Câmara Municipal de Vila Viçosa, em Évora, já estão abertas e podem ser apresentadas até 30 de Setembro.

Segundo a autarquia, o galardão tem como objetivos evocar o pintor Henrique Pousão, nascido na localidade, e estimular os artistas alentejanos. Mestre de pintura impressionista, o artista que dá nome ao prémio é considerado um dos maiores nomes da pintura portuguesa da segunda metade do século XIX.

O concurso tem um prémio de 2500 euros e contempla “total liberdade temática”, sendo “admitidas todas as tendências e correntes estéticas, desde que se enquadrem na disciplina de Pintura”, revelou o município, na sua página na rede social Facebook. As obras deverão ter sido concluídas nos dois anos anteriores à sua apresentação a concurso.

A este prémio, de periodicidade bienal, podem concorrer todos os artistas naturais do Alentejo ou residentes na região, com o máximo de duas obras inéditas e originais, da sua exclusiva propriedade, indicou. Uma condição indispensável para a participação é que as obras não tenham sido apresentadas a nenhum outro prémio ou concurso e que não estejam incluídas em catálogos ou publicações, de acordo com o regulamento da iniciativa.

Além da obra, os candidatos devem apresentar um CV, aspetos técnicos da obra e o seu valor de venda. Devem ser entregues (pessoalmente ou por encomenda) na Câmara Municipal.

(Porto dos Museus)

11 de janeiro de 2021

Ministra da Cultura quer transformar atelier de João Cutileiro em museu


João Cutileiro faleceu aos 83 anos. “É mais um dia triste para a cultura portuguesa”, afirma Graça Fonseca. “João Cutileiro deixou muito à cultura portuguesa. Foi um artista extraordinário, um escultor da vida, com uma obra notável que está presente em Portugal, fora do nosso país em muitas coleções”, aponta. 

Por tudo isso, Graça Fonseca quer transformar a casa-atelier de Évora em casa-museu-atelier.

“João Cutileiro decidiu doar o seu espólio ao Estado. São cerca 900 peças que estão na casa do João Cutileiro. Desejo que a casa, a sua casa, a casa onde sempre trabalhou, a casa-ateliêr seja uma casa pública, uma casa-museu-atelier, onde as novas gerações possam aprender”, avança.

Nestas declarações à Renascença, a ministra da Cultura lembra que, em maio, parte do espólio de João Cutileiro vai poder ser visto em Foz Coa.

(Renascença)

2 de janeiro de 2021

Bienal de Marionetas de Évora regressa em junho de 2021

 

A 15.ª edição da Bienal Internacional de Marionetas de Évora (BIME) vai decorrer em junho do próximo ano, com a participação de “cerca de 20” companhias de “vários cantos do mundo”.

Em comunicado enviado à agência Lusa, o Centro Dramático de Évora (Cendrev), uma das entidades organizadoras, revelou que o certame vai ter lugar de 01 a 06 de junho de 2021.

A edição do próximo ano vai ser organizada em parceria pelo Cendrev e pela câmara municipal, contando com financiamento da Direção-Geral das Artes (DGArtes), fruto de uma candidatura apresentada pela companhia ao programa Festivais.

(Município de Évora)


História da Vila de Entradas dá mote a exposição



A exposição “Entradas: A sua História e o seu Património” é inaugurada no próximo dia 6 de Janeiro, às 17h00, no Museu da Ruralidade, em Entradas, concelho de Castro Verde.

Esta mostra é elaborada com base no livro “Vila de Entradas, Breves Notas de História e Antologia”, do padre João Rodrigues Lobato e Joaquim de Brito Nobre.

A exposição conta a história da vila de Entradas, freguesia de Castro Verde, que já foi sede de concelho, pelo menos desde 1512, data da concessão da carta de foral por D. Manuel I, até 1836, ano em que o município foi extinto.

Esta exposição poderá ser visitada até ao dia 28 de Fevereiro, durante o horário de funcionamento do Museu.

(Porto dos Museus)

 

1 de janeiro de 2021

Câmara de Alvito restaura azulejos do século XVII da igreja matriz da vila

 

A Câmara de Alvito está a realizar uma obra de conservação e restauro dos azulejos do século XVII da Igreja Matriz da vila, classificada como monumento nacional, num investimento superior a 163 mil euros.

A intervenção, que vai “permitir valorizar a igreja, enquanto monumento de prestígio e importância para a comunidade”, integra-se na estratégia da autarquia de “valorização do património como fator de desenvolvimento económico, de afirmação da identidade cultural e de promoção do turismo e dos valores” do concelho, salientou o presidente da autarquia.

A obra, que envolve o município e a Paróquia de Alvito e as direções-gerais do Tesouro e Finanças e do Património Cultural, deverá ficar concluída em meados de 2021.

Orçada em 163 mil e 628 euros, a obra vai ser financiada em 80% (130.903 euros) por fundos comunitários, sendo os 20% da comparticipação nacional (32.725 euros) assegurados, em partes iguais, pela Câmara de Alvito e pela Direção-Geral do Tesouro e Finanças.

(Rádio Pax)

31 de outubro de 2020

Megalitismo alentejano: Diretora Regional de Cultura do Alentejo formalizou proposta para classificação urgente deste património

 

No seguimento das várias destruições de património arqueológico, em particular megalítico, em consequência do modelo de agricultura super intensiva que tem vindo a ser implementado desde há vários anos no Alentejo, de forma totalmente desregulada no que respeita a valores culturais, Ana Paula Amendoeira, Diretora Regional de Cultura, apresentou oficialmente uma proposta para a classificação urgente e excecional de todo o conjunto do património megalítico da região.

Face à ausência de regulação que impede que se atue preventivamente e à crescente e sistemática destruição da paisagem histórica e do património arqueológico e vernáculo, sobretudo no Baixo Alentejo e no Alentejo Central, mas também já com várias ocorrências no Alto Alentejo, a Diretora Regional de Cultura do Alentejo dirigiu a referida proposta de classificação à Direção - Geral do Património Cultural e ao Conselho Nacional de Cultura - Secção do Património Arquitetónico e Arqueológico, na passada quarta-feira, 21 de outubro. A proposta, sustentada no trabalho de especialistas é composta por um dossier de classificação com cerca de 2000 páginas e contempla mais de 1600 monumentos (alguns já classificados). A aprovação desta proposta com o consequente despacho de abertura de procedimento de classificação, contribuirá para dissuadir futuras destruições e para que o Estado assuma o seu papel na defesa do interesse público no que ao património megalítico diz respeito.

O megalitismo é um conceito relativo a um complexo conjunto de práticas mágico-religiosas pré-históricas relacionadas com a morte e o sagrado, além da arquitetura monumental que o caracteriza. O Alentejo corresponde à área de maior concentração de monumentos megalíticos da Península Ibérica e uma das mais relevantes à escala europeia.

O megalitismo alentejano é um fenómeno estreitamente relacionado com a paisagem física e também com a paisagem humana do 4.º e 3.º milénios antes da nossa Era. Entre as tipologias megalíticas encontram-se antas (ou dolmens) que surgem na região de forma mais abundante, e menires, isolados ou associados em grandes recintos, sendo que, além dos monólitos, o megalitismo se apresenta também através de muitos outros suportes: gravuras em menires, pinturas em abrigos, e no espólio votivo (placas de xisto gravadas por exemplo), são alguns exemplos da arte megalítica, que se encontram na região.

O facto de o megalitismo alentejano ser um valor cultural excecional e único, de relevância científica nacional e internacional, um património de grande potencialidade turística e, acima de tudo, constituir uma marca identitária da paisagem cultural do Alentejo que se encontra em risco e que urge preservar, levou a DRC Alentejo a tomar a decisão de apresentar esta proposta de classificação urgente e excecional do Megalitismo do Alentejo como conjunto de interesse Nacional.

(DRCAlentejo)

17 de outubro de 2020

Município de Grândola inaugura um novo espaço museológico

O Município de Grândola vai inaugurar o Núcleo Museológico de São Pedro no Dia do Concelho Novo espaço dá a conhecer património histórico e arqueológico do Concelho de Grândola.

O ato inaugural decorrerá no próximo dia 22 de outubro às 11h30, está integrado nas Comemorações dos 476 do Concelho e contará com a presença da Diretora Regional de Cultura do Alentejo, Ana Paula Amendoeira.

Segundo a autarquia, “o Núcleo Museológico de São Pedro pretende ser um local de investigação e divulgação da memória coletiva e de salvaguarda do património histórico e arqueológico do Concelho de Grândola.”

A Edilidade explica que “este espaço museológico surgiu da reabilitação da antiga Igreja de São Pedro, edifício dos finais do século XVI, e da antiga Central Elétrica, permitindo acolher exposições de longa duração e temporárias, assim como as reservas museológicas do Município que passarão, deste modo, a deter as condições de acondicionamento adequadas às suas diferentes tipologias.”

No interior deste espaço museológico, o visitante é convidado a empreender uma viagem sem precedentes ao longo dos diferentes períodos históricos, por vestígios materiais deixados por comunidades de antanho, desde os antigos caçadores recolectores até aos tempos do Llugar da Gramdolla. Memória dessas épocas remotas, este núcleo museológico revela um território de Grândola repleto de monumentos megalíticos, necrópoles de cistas, minas, fábricas de salga, templos, ruínas e naufrágios, que a investigação histórica e arqueológica se encarregou de desvendar.

Com um total de 200 m2, a área expositiva ocupa a antiga nave e o altar-mor e duas salas laterais dedicadas à exposição de longa duração, retratando lugares e exibindo artefactos datados desde o Paleolítico ao século XX, e uma outra sala lateral dedicada a exposições temporárias, onde ficarão patentes, numa primeira fase, fotografias da coleção Martins & Máximo. O espaço alberga ainda um pequeno auditório para a projeção de um filme alusivo à história do Concelho de Grândola.

(O Digital)

3 de outubro de 2020

Almada Negreiros e Maria Keil em exposição no Museu da Tapeçaria em Portalegre

 

Setenta e sete obras produzidas por Almada Negreiros e Maria Keil estão em exposição no Museu da Tapeçaria de Portalegre – Guy Fino, para mostrar a ligação que os dois artistas mantiveram com as manufacturas daquela cidade.

As duas exposições, promovidas pelo município e pela Manufactura de Tapeçarias de Portalegre, são compostas por tapeçarias, cartões, desenhos, azulejos, entre outras formas, e vão estar patentes ao público até ao dia 31 de Dezembro.

(Porto dos Museus)