6 de julho de 2013

António Manuel Lopes dos Santos alentejano de Ferreira

Filho de família alentejana, nasceu em Ferreira do Alentejo em 1960, rumou bem cedo a Almada onde a música entra na sua vida.

Numa escola católica, com um orfeão, Tim está presente no grupo dos primeiros cantores desde a 2ª à 4ª classe onde adquire as primeiras noções musicais e aprende a trabalhar em conjunto.
Aos 13 anos a música deixa de ser mais uma das ocupações escolares para ocupar um lugar de destaque e paixão. Recebe dos pais uma guitarra trazida de Espanha e esta passaria a acompanhá-lo para onde quer que fosse. Adquire as primeiras noções de guitarra com os escuteiros durante um momento explosivo do canto de intervenção e vive numa "escola de música" entre amigos, em temporadas repartidas por Almada e a Zambujeira do Mar, onde passava férias.

É nessa altura que inicia a aprendizagem de guitarra frequentando, nos dois anos que se seguem, aulas de professores particulares. Pela primeira vez sobe a um palco, integrando aquele que foi o seu primeiro grupo. Um grupo sem nome, de música improvisada, que fazia os intervalos dos conjuntos de baile.
A troca da guitarra pelo baixo dá-se pelos 15/16 anos, quando sentiu que queria uma presença mais forte na música que fazia. Admirava há muito o trabalho do baixo e acompanhava o ganhar força deste instrumento, nomeadamente nas músicas brasileiras e inglesas. A sua grande paixão era tocar, orquestrar e acompanhar outros músicos e os seus sonhos da altura andavam longe de tocar com uma banda rock.



Mas é em finais de 78 que, a convite de Zé Leonel, passa a integrar o grupo Xutos & Pontapés no qual participa desde o primeiro ensaio.Com Zé Pedro na guitarra, Zé Leonel na voz e Kalú na bateria, os Xutos dão o seu primeiro concerto a 13 de Janeiro de 1979 e, surpreendentemente, para uma banda estreante, até ao Verão sobem mais 4 vezes a palco.
Em 1980, Tim frequenta o primeiro ano do curso de Contrabaixo no Conservatório Nacional de Lisboa e em Abril de 1981, com a saída de Zé Leonel dos Xutos, estreia-se como vocalista, num concerto na prisão de Tires e assume-se como principal letrista da banda.
Durante o ano que se segue os concertos e apresentações dos Xutos nos media sucedem-se ao mesmo tempo que editam dois singles que lançariam o primeiro álbum da banda, “78/82”, em Abril de 1982.

Em 1985, já sem Francis, mas agora com João Cabeleira, na guitarra e Gui, no saxofone, os Xutos deslocam-se pela primeira vez ao estrangeiro e no fim do ano editam o seu segundo álbum, “Cerco”.
O lançamento do terceiro álbum dos Xutos, “Circo de Feras”, em 1987, daria início a um número crescente de vendas traduzidas em discos de prata, ouro e platina, repartidos entre este e os dois álbuns seguintes, “88” e “Ao Vivo”.
A primeira investida a solo dá-se com "A Cidade", tema incluído na série da RTP 1 "Claxon".
Em 1989 concretiza o sonho de ter a sua própria editora. Em conjunto com Marta Ferreira, manager dos Xutos & Pontapés, funda a El Tatu Editor, com o propósito de dar uma oportunidade a quem merece e que, de outra forma, não conseguiria. O primeiro trabalho editado pela El Tatu foi o primeiro registo dos Censurados, banda que, na época, fazia as primeiras partes dos concertos dos Xutos.

No final de 1991, e após o lançamento no ano anterior do sexto álbum dos Xutos, “Gritos Mudos”, Tim é convidado a integrar a Resistência, que contou, entre outros, com nomes como Pedro Ayres Magalhães, Miguel Ângelo, Fernando Cunha e Olavo Bilac. Com este grupo grava dois álbuns de estúdio e um ao vivo, que atingem o galardão máximo de vendas – disco de platina.

Seguem-se mais dois álbuns com os Xutos (Dizer Não de Vez, em 1992 e Direito ao Deserto, 1993) e em 1995 Tim participa na colectânea de natal “Espanta Espíritos”, onde interpreta, junto com Andreia, a vocalista dos Bambooskin, uma música de sua autoria: “Uma Rocha Negra”. Nesse mesmo ano o 1º Prémio de Carreira do jornal Blitz é atribuído aos Xutos & Pontapés e um concerto acústico na Antena 3 dá origem a mais um álbum ao vivo.
Em 1996, a par da composição da música “Quero ir” destinada ao álbum “Primeiras Águas” da cantora Anabela e pouco antes da gravação de mais um álbum com os Xutos, “Dados Viciados”, Tim é convidado por João Gil para, em conjunto com Jorge Palma, Vitorino, Rui Veloso e o próprio Gil, dar vida à história de um personagem criado por João Monge, em “Rio Grande”. Ao lançamento deste álbum sucedem-se uma série de concertos que culminam no Coliseu de Lisboa, em finais de Outubro de 1997, e que dão origem à gravação do álbum ao Vivo: “Dia de Concerto”.

Com um ano repleto de lançamentos e concertos a terminar e em fase de preparação para a primeira apresentação dos Xutos no Coliseu de Lisboa, Tim e os Xutos recebem o convite de Tino Navarro para fazer a banda sonora do novo filme de Joaquim Leitão – Tentação. O disco com a banda sonora original e o mesmo nome do filme, é editado no início do ano seguinte assim como a primeira colectânea do grupo, “Vida Malvada”.
O fim do “Rio Grande” e alguma disponibilidade de tempo em ano de comemorações do XX aniversário dos Xutos, fazem com que 1999 seja dedicado ao projecto a solo. Logo a 18 de Janeiro, Tim comparece na Cyberbica em Lisboa, para a realização de uma sessão acústica traduzida no primeiro concerto via Internet realizado em Portugal. Após a interpretação de 4 temas: “Chuva Dissolvente”, “Jogo do Empurra”, Homem do Leme” e "Longa se torna a Espera”, esteve ainda presente no IRC a fim de responder a questões colocadas pelos fãs.

Tem então inicio a aventura do álbum a solo, “Olhos Meus”. Para tal, Tim rodeia-se de músicos e amigos com os quais, em diferentes alturas, havia ficado a vontade de trabalhar. Fred , Samuel Palitos e João Cardoso vão estar ao lado de Tim na concretização deste projecto, para além de outros artistas convidados a participar em momentos incidentais do disco. O álbum tem o seu lançamento num concerto no festival “Outono em Lisboa” a 31 de Outubro de 1999.
Em Novembro, no “Ao Vivo Unplugged” de Paulo Gonzo participa como convidado no tema de sua autoria “Chuva Dissolvente”.
O ano seguinte divide-se entre a apresentação de “Olhos Meus” e o lançamento de “1º de Agosto no Rock Rendez Vous”, uma gravação com 14 anos que vê finalmente a luz do dia e que dará origem a mais uma série de concertos da banda.

Em Outubro do mesmo ano, Tim conquista com o tema “Voar”, um dos mais rodados do seu disco a solo, a nomeação do Blitz 99 – Prémios de Música na categoria de Canção Nacional do Ano. Empresta ainda a sua voz a um tema com letra de Catarina Furtado e música de João Gil na apresentação da série da TVI "S.O.S. Crianças".
O ano de 2001 marca o regresso de Tim ao trabalho em grupo, com o lançamento de um novo álbum de originais dos Xutos e uma digressão que se antevê repleta de concertos dentro e fora do País.
(in Sapo)

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