22 de julho de 2013

Inaugurada a Casa-Museu Bento de Jesus Caraça

A Casa Museu Bento de Jesus Caraça, dedicada à vida e obra do matemático, professor universitário, escritor e resistente antifascista, foi inaugurada este sábado em Vila Viçosa, sua terra natal.

A iniciativa começou pela manhã, com uma sessão solene, no salão nobre dos Paços do Concelho, para atribuição, a título póstumo, da Medalha de Prata do Município a Bento de Jesus Caraça, seguindo-se a inauguração da casa museu, no Pátio das Chagas.

A cerimónia terminou com um concerto denominado “Clássicos do Jazz”, pelo Quinteto Saxofonista Daniel Salomé Vieira, no Pátio de Armas do Castelo de Vila Viçosa.
O novo espaço museológico foi criado numa parceria entre a Câmara Municipal, a Fundação da Casa de Bragança e a Fundação Mário Soares.

Quem foi Bento de Jesus Caraça

A 18 de abril de 1902 nasceu em Vila Viçosa Bento de Jesus Caraça (BJC). Filho de trabalhadores rurais, iletrados, BJC veio a ser um dos mais prestigiados cientistas portugueses. Humanista, identificado com as mais genuínas aspirações do Povo a que pertencia – o direito à liberdade em primeiro lugar – empenhado civicamente toda a sua vida. Empenhamento que lhe custou a expulsão da Universidade onde lecionava.

Deixou uma obra ímpar, em que se destaca o ensino da matemática. Foi fundador da biblioteca Cosmos que constituiu uma das mais nobres obras na difusão do conhecimento e dos saberes, num tempo de obscurantismo oficial. Nesta biblioteca composta por largas dezenas de títulos foram editados os mais brilhantes autores portugueses, das mais diversas áreas do saber.

Colaborou também nas revistas Técnica, Gazeta de Matemática, Seara Nova, Vértice e Revista de Economia.
Militante do Partido Comunista Português, em 1943 e até 1944 torna-se o segundo presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática em conjunto com Aureliano de Mira Fernandes. Em 1946 é preso pela PIDE e, em outubro desse mesmo ano, demitido do lugar de professor catedrático do Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras.

Faleceu em Lisboa, no dia 25 de Junho de 1948, vítima de doença cardíaca .
A 3 de setembro de 1979 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Santiago da Espada e a 30 de junho de 1980 foi feito Grande-Oficial da Ordem da Liberdade, ambas a título póstumo.
(Jornal E)

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