Um museu com o acervo de Salgueiro Maia vai ser construído em Castelo de Vide, no Alto Alentejo, município que detém o espólio do capitão de Abril.
“O espaço destinado ao museu vai ser no castelo da vila, afeto à Secretaria de Estado da Cultura”, adiantou António Pita, lembrando que inicialmente o projeto museológico esteve previsto para um palácio setecentista, denominado por Casa do Morgado, adquirido pela câmara municipal.
Segundo o autarca social-democrata, Salgueiro Maia expressou duas vontades em testamento, uma foi ser sepultado na sua terra Natal, Castelo de Vide, em campa rasa, e a outra passou por deixar o seu espólio ao município para que fosse objeto de musealização.
“Finalmente há um compromisso político por parte da Secretaria de Estado da Cultura, que, no dia 22 deste mês, vai assinar em Castelo de Vide um protocolo com a câmara para definir os moldes deste museu”, disse.
Indicando que “ainda não há” uma data definida para a abertura do espaço museológico, António Pita salientou que o município tem “muito trabalho desenvolvido” em matéria de inventário.
“Importa também articular a questão dos financiamentos, através dos fundos comunitários. Temos que arranjar naturalmente um enquadramento financeiro, porque a câmara tem cumprido de acordo com o que foi o compromisso político inicial”, declarou.
De acordo com o autarca, “falta, agora, o Estado assumir definitivamente” que Salgueiro Maia é um “desidrato nacional”, e “não meramente municipal”.
“Se a questão for apenas criar um espaço museológico dedicado ao homem Salgueiro Maia, nós fá-lo-emos sem qualquer tipo de problema, agora entendemos é que deveria ser uma assunção do Estado porque ele é uma figura nacional que merece, naturalmente, uma outra dimensão que não apenas ficar confinado a um herói municipal”, defendeu.
É nesse sentido, segundo António Pita, que vai ser celebrado o protocolo com a Secretaria de Estado da Cultura, ou seja, o projeto passa por dar uma “dimensão nacional” ao capitão de Abril.
Entre as peças que fazem parte do espólio a instalar no museu figura o “célebre” megafone com que a 25 de Abril de 1974, no Largo do Carmo, em Lisboa, o então capitão intimou Marcello Caetano a render-se e a entregar o poder às forças da democracia.
O espaço museológico vai também exibir o uniforme e o ‘quico’ que Salgueiro Maia envergava nesse dia (25 de Abril de 1974), entre outros uniformes, divisas, flâmulas, estandartes e pendões, insígnias, diplomas e louvores, documentos militares e fichas escolares pertencentes ao militar.
O museu vai acolher ainda um espaço com cartazes, fotografias e uma coleção de miniaturas de carros de combate (a sua especialidade como oficial de Cavalaria e a sua grande paixão profissional).
(Lusa)