18 de setembro de 2014

Monsaraz descobre povoado da idade do bronze

Arqueólogos procuram presença humana nos cerros de Monsaraz 2000 anos antes da construção do castelo

Uma intervenção arqueológica no exterior da Casa da Inquisição, na vila medieval de Monsaraz, pretende esclarecer a presença efetiva de uma ocupação humana neste local durante a Idade do Bronze. As escavações arqueológicas começaram no dia 1 de setembro e resultam de trabalhos iniciados em 2012 no âmbito de uma intervenção do Município de Reguengos de Monsaraz, quando foi detetado o topo de uma ocupação da Idade do Bronze.

Desde 2008 que se conhece a grandiosidade desta ocupação nas colinas de Monsaraz, através do reconhecimento no terreno, pelo arqueólogo Manuel Calado, de vestígios de superfície enquadráveis neste período. Tendo em conta estes vestígios, o povoado que poderá ter existido em Monsaraz excederá largamente a cintura da muralha medieval, significando que terá sido o maior da Idade do Bronze do Sul de Portugal.

Provando a presença desta ocupação e relacionando-a com os muitos núcleos de arte rupestre da Idade do Bronze na envolvente Nascente, permitiria visualizar-se como se organizaria o território e consequentemente as sociedades nesta época, podendo avançar-se com a hipótese desta organização se centrar em grandes centros populacionais. Estes trabalhos resultam de um protocolo entre o Município de Reguengos de Monsaraz e a Associação Portanta, estão a ser codirigidos pelos arqueólogos Rui Mataloto e Ângela Ferreira, e têm a participação, em regime de voluntariado, de alunos das licenciaturas e dos mestrados em Arqueologia das Universidades de Coimbra e de Lisboa.

A escavação no exterior da Casa da Inquisição encontra-se ainda em níveis medievais, tendo sido identificada a existência de um pavimento em terra batida, assim como uma estrutura circular tipo torreão, da qual ainda se desconhece a funcionalidade. Estes trabalhos para perceber melhor a presença humana nos cerros de Monsaraz dois mil anos antes da construção do castelo são a sequência da intervenção iniciada por outra equipa que, nas cotas mais baixas, atingiu o topo dos níveis de ocupação da Idade do Bronze.

(Município de Reguengos)

16 de setembro de 2014

O "mistério" do convento da Orada


O Convento da Orada, propriedade de uma fundação privada que gastou pelo menos 1,1 milhões de euros de fundos públicos para o restaurar no início da década de 90, encontra-se em adiantado estado de degradação e está abandonado há cerca de cinco anos, no concelho de Reguengos de Monsaraz.

A cobertura do edifício apresenta danos consideráveis, algumas construções anexas estão já em ruína e com portas arrombadas, enquanto junto ao claustro pastam cavalos e porcos.

Comprado em 1988 por João Rosado Correia — um antigo ministro socialista e ex-Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano que nesse ano criou a Fundação Convento da Orada (FCO) e faleceu em 2002 — o convento, situado na aldeia do Telheiro, junto à vila de Monsaraz, foi palco, nos anos 90, de iniciativas culturais que lhe deram alguma notoriedade. Durante uma dezena de anos funcionou também como hotel rural, possuindo nas suas instalações um pequeno museu arqueológico. Há cerca de seis anos a exploração comercial do complexo esteve em vias de ser entregue ao grupo hoteleiro da família de José Miguel Júdice (advogado que já tinha ligações a João Alberto Correia na sociedade do conhecido restaurante Eleven), mas as negociações entre a fundação e o grupo fracassaram.

Quem hoje procura o convento depara-se com um matagal de ervas e cardos que ocupa o vasto largo fronteiro e quase impede os visitantes de se acercarem. O branco da cal deixou de brilhar nas paredes salitradas e sob o arco da entrada principal vêem-se no chão, despedaçadas, as placas de mármore que registavam a passagem de ilustres visitantes como Mário Soares e Jorge Sampaio.

Abandonado ou não?
“Aquilo está abandonado há meia dúzia de anos, só aí vinha às vezes o arquitecto, mas agora está preso”, diz um pastor que por ali apascenta as suas cabras, referindo-se a João Alberto Correia — um dos filhos de João Rosado Correia, que foi detido em Maio por suspeitas de corrupção no exercício das funções de director-geral de Infraestruturas e Equipamentos do Ministério da Administração Interna, das quais se desligou em Fevereiro.

Os raros turistas que descem de Monsaraz em busca do Cromeleque do Xerez, o monumento megalítico que foi transferido para as imediações do convento devido ao enchimento da barragem de Alqueva, bem tentam perceber porque é que o convento, hotel rural e museu de que falam os roteiros, está naquele estado. “Está abandonado há meia dúzia de anos”, repete o pastor, sem mais saber explicar. O mesmo é dito, aliás, por outros moradores da aldeia e de Monsaraz.

Contactada por e-mail, a única maneira possível de o fazer, a Fundação Convento da Orada — que tem morada de contacto na Escola Superior Gallaecia, um estabelecimento de ensino da área da arquitectura de que é proprietária em Vila Nova de Cerveira, no Minho, e que constitui actualmente a única expressão da sua actividade — nega, todavia, que o edifício se encontre abandonado.

Através de um advogado, afirma mesmo que “nos últimos anos, o convento recebeu inúmeros seminários, encontros e reuniões europeias, como se alcança da descrição das principais actividades da fundação, presente nos seus relatórios”. No entanto, os relatórios dos últimos seis anos, os únicos disponíveis no site da FCO, não referem uma única actividade ali efectuada.

De acordo com o advogado Diogo de Campos “o edifício deixou de reunir nos últimos dois anos as condições de segurança necessárias para a sua utilização permanente, em termos culturais e turísticos”, em consequência de “diversos temporais e de sismos de baixa intensidade, mas frequentes”.

Construído no século XVIII, o convento encontrava-se em ruínas quando foi comprado por Rosado Correia, em 1988. Para a sua reconstrução, feita com recurso às técnicas tradicionais da região, a fundação — que foi criada nesse mesmo ano pelo proprietário com o fito principal de restaurar, conservar e reutilizar o imóvel — mobilizou verbas próprias e recorreu a subsídios do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

Segundo o seu mandatário, a FCO investiu nessas obras 3,2 milhões de euros, 8% dos quais (cerca de 252 mil euros) foram “comparticipados por fundos comunitários”.

Numa segunda resposta, face aos números divergentes fornecidos ao PÚBLICO pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDR), a fundação veio dizer que o financiamento europeu “corresponde na actualidade a valores inferiores a 50% do investimento total nos imóveis” — o que equivale a qualquer coisa como 1,5 milhões de euros. Os 8% antes indicados têm a ver, acrescentou, com a comparticipação comunitária na “qualificação da envolvente” do convento.

(in Público)

15 de setembro de 2014

Dragões de Olivença fazem 307 anos !

No próximo dia 18 de setembro o Regimento de Cavalaria n.º 3 comemora o Dia da Arma de Cavalaria e o seu 307.º Aniversário.

18 de setembro – 11h30 – Dia da Unidade, Cerimónia Militar no Rossio Marquês de Pombal

Exposição “Fortificações Militares” na Sala do Capítulo RC3 até 2 de outubro de 2014.

14 de setembro de 2014

Turismo industrial arranca em Sines

O turismo industrial em Sines vai arrancar este mês, graças a um projeto-piloto entre a incubadora de empresas local e a Galp Energia, permitindo visitas à refinaria da empresa, a maior instalação industrial do país.

"É um produto turístico de nicho, não arrasta massas, mas pode e deve surgir aliado aos outros produtos turísticos" existentes no território, realçou à agência Lusa a diretora-executiva do Sines Tecnopolo, Mónica de Brito.

A iniciativa intitula-se "Sines - Turismo Industrial Sustentável" e é promovida pelo Sines Tecnopolo, envolvendo, nesta primeira fase, a Galp Energia. O projeto-piloto, que conta com o apoio da câmara municipal, é inaugurado no dia 26 deste mês, com uma visita à refinaria da Galp, uma das maiores empresas nacionais e que tem em Sines aquela que é considerada "a maior instalação industrial do país", frisaram os promotores.

"Vamos fazer a inauguração e, depois, começam as visitas regulares", em grupo e organizadas, numa fase inicial, pelo Sines Tecnopolo, ainda que essa regularidade esteja "muito dependente da disponibilidade da refinaria", disse Mónica de Brito.
Além das pessoas que procuram, especificamente, este nicho de oferta, designadamente "curiosos e estudiosos" das questões industriais, todos os turistas são potenciais consumidores da experiência, complementar à variedade de outras à sua disposição, afiançou.
O projeto-piloto que, agora, vai arrancar tem "várias vantagens", segundo a incubadora de empresas que pretende "limar arestas e dar mais maturidade ao projeto", o qual, numa futura segunda fase, poderá incluir rotas temáticas e centro de acolhimento para visitantes.

"O facto de ser a Galp e a refinaria ajuda-nos a projetar a nossa marca e o projeto de uma forma completamente diferente", afiançou.
Esta iniciativa, aos poucos, vai começar a ser alargada a outras empresas com instalações industriais em Sines, várias das quais estão interessadas em aderir, como a EDP, a REN, a Repsol ou a PSA.

"Para nosso grande espanto [a adesão] foi completamente entusiástica e tem-se vindo a acentuar na operacionalização do projeto", afirmou.
Segundo Mónica de Brito, este apoio empresarial pode ser compreendido "numa lógica de responsabilidade social" e, ao mesmo tempo, para "desmistificar alguns preconceitos que existem em relação à própria atividade" industrial.

A par do produto sol e mar, a vertente industrial é uma "marca forte" de Sines e da zona envolvente, que este projeto quer tornar numa mais-valia em termos turísticos.
"Temos aqui uma realidade industrial, logística e portuária que é única no país e, portanto, havia que tentar 'casar' de forma harmoniosa dois setores que aparentemente são antagónicos, que é o turismo e a indústria", frisou.

O objetivo do Sines Tecnopolo passa ainda por, no futuro, transferir o projeto para 'as mãos' de empreendedores, contribuindo para "gerar novos negócios", realçou a diretora-executiva.
O desenvolvimento do turismo industrial em Sines insere-se no projeto Aportar, promovido pelo município, que inclui uma plataforma multimédia com o património relacionado com o Gabinete da Área de Sines, criado em 1971 para a implantação do complexo industrial e portuário.

RRL // MLM
Lusa/Fim

13 de setembro de 2014

Festas de Sta Margarida da Serra



Os Principezinhos em Estremoz

Estará patente na Sala de Exposições Temporárias do Palácio dos Marqueses da Praia e Monforte, a  exposição de pintura “Os Principezinhos”, de Oliveira Tavares.

O nome da exposição é retirado do título de um dos quadros e o artista por sua vez foi buscá-lo ao célebre conto de Saint Exupéry, “O Pequeno Príncipe”. Segundo escreveu o arquiteto J. L. Teixeira de Carvalho, a obra de Oliveira Tavares “tem algo deste querido personagem e é este seu mundo que ele nos convida a conhecer para que nos lembremos dos Pequenos Príncipes que há em todos nós.”

A apresentação oficial da exposição ocorrerá no dia 13 de setembro, pelas 17:30 horas, numa vernissage que contará com uma degustação de vinhos “Madrugada”, da Viniale Lda., bem como de aperitivos servidos pelo Restaurante A Cadeia Quinhentista. Nesse mesmo dia, a artista Inês de Sousa apresentará um pequeno concerto de guitarra clássica e o fotógrafo Pedro Ferro fará a cobertura fotográfica do evento.

A exposição estará patente até 19 de outubro de 2014, com entrada gratuita.

10 de setembro de 2014

Concurso de fotografia sobre o Turismo e Sines

Concurso de Fotografia sobre Turismo e Desenvolvimento Comunitário

No âmbito do Dia Mundial do Turismo, a Câmara Municipal de Sines promove um concurso de fotografia sobre o tema “Turismo e Desenvolvimento Comunitário em Sines”.

O autor da fotografia mais expressiva será premiado com uma estadia de duas noites em Sines, para duas pessoas, em regime de alojamento e pequeno-almoço, e um programa turístico para duas pessoas. O programa será construído de acordo com o perfil do vencedor.

Os trabalhos devem ser entregues por e-mail para o endereço turismo@mun-sines.pt, até ao dia 15 de setembro, sendo que cada participante pode enviar, no máximo, três fotografias, contendo legenda e descrição sucintas, e deve indicar, obrigatoriamente, nome, contacto telefónico e morada completa.

Informação completa AQUI.

Periferias: cinema em Marvão

É um festival de cinema rural nascido de uma iniciativa cidadã, apoiado desde a primeira hora pelo Município de Marvão, e beneficiando ainda do suporte de patrocinadores e colaborações institucionais.

O Periferias propõe-se divulgar filmografias de diversas latitudes que tenham por objecto as vivências comunitárias em zonas rurais e/ou de periferia.
A aposta do festival passa, não apenas pela promoção do cinema enquanto arte, mas também como veículo de desenvolvimento social, possibilitando a emergência de projectos de valorização do território.

Na sua primeira edição, realizada, no ano de 2013, em parceria estreita com o Festival de Cinema Africano de Córdova (Espanha), foram projectadas um conjunto de dezoito obras, registando-se um bom acolhimento por parte do público.
Depois da experiência bem sucedida do ano anterior, numa edição que colocou em foco a terra e culturas africanas, o Periferias regressa este ano com novas reflexões e desafios, centrando a sua atenção no cinema feito em Portugal e na América Latina.

Mais informação e programação AQUI.

8 de setembro de 2014

Descobertos frescos na Igreja de Alvalade

A Igreja da Misericórdia de Alvalade, no Concelho de Santiago do Cacém, foi palco, na penúltima semana de agosto, de uma importante descoberta. Na sequência de trabalhos agendados, a técnica de conservação e restauro Carla de Freitas, ao serviço da Câmara Municipal, ao realizar as primeiras sondagens pictóricas no interior da cúpula da antiga Capela-Mor da Igreja, colocou a descoberto setores de uma importante pintura a fresco, com motivos religiosos, de uma notável qualidade, aparentemente em bom estado de conservação e que se presume poder cobrir a totalidade da abóbada.

Concluída em 1570, esta igreja, localizada no coração do centro histórico da vila de Alvalade, manteve até agora em segredo, oculta por várias camadas de cal, esta bela composição pictórica que em muito irá valorizar o futuro Museu de Arqueologia de Alvalade.

A Câmara Municipal de Santiago do Cacém e a junta de Freguesia de Alvalade, no âmbito da adaptação da antiga Igreja da Misericórdia de Alvalade a futuro Museu de Arqueologia, têm vindo a desenvolver um conjunto de ações que, entre outras, incluíram a reparação das coberturas do edifício e a escavação arqueológica e antropológica que colocou a descoberto a antiga Necrópole no interior do templo.

A menos de um mês de mais uma edição da feira “Alvalade Medieval”, que decorre entre os dias 19 e 21 de setembro, no âmbito das comemorações dos 503 anos da atribuição do Foral a Alvalade por D. Manuel I, esta importante descoberta, no edifício que vai acolher uma exposição de Arqueologia sobre o território Alvaladense, intitulada “Pedras com História”, será certamente mais um motivo para uma agradável visita.
(in rostos.pt)