A bienal cultural Monsaraz Museu Aberto está a decorrer na vila medieval de Monsaraz até ao dia 27 de julho sob o tema “Memórias”. Na sexta-feira, dia 18 de julho, o grupo D. Laura e Vitorino vão apresentar pelas 22h, na Praça de Armas do castelo de Monsaraz, o espetáculo “Ao Sul”. Um projeto de fusão e uma experiência contemporânea com música popular portuguesa, fado, morna, música latina e erudita que se cruzam com sonoridades alentejanas.
No sábado, também às 22h, na Praça de Armas, a orquestra GuitarDrums, em conjunto com a fadista Margarida Arcanjo e o Grupo Coral do Montijo, vão apresentar excertos da ópera “Carmina Burana”, de Carl Orff. A voz de Margarida Arcanjo vai juntar-se à orquestra, constituída apenas por guitarras acústicas, e ao coro polifónico de 30 elementos que tem vindo a afirmar-se como um grupo dinâmico e que aposta em projetos musicais criativos e inovadores. No domingo, 20 de julho, às 18h30, realiza-se o “Vinho do trabalho”.
A bienal cultural Monsaraz Museu Aberto é um festival que aborda o que de melhor se faz na cultura e nas artes do espetáculo. O evento é organizado pelo Município de Reguengos de Monsaraz desde 1986 e realiza-se com periodicidade bienal desde 1998.
A Festa do Cante nas Terras do Grande Lago decorre no último fim de semana do Monsaraz Museu Aberto, que abre no dia 25 de julho, pelas 22h, no Largo D. Nuno Alvares Pereira, com as atuações do grupo de cante alentejano A Moda Mãe e do grupo de flamenco e sevilhanas Serva La Bari. Neste espetáculo, integrado no Dia da Cooperação Transfronteiriça, A Moda Mãe vai interpretar composições do Cancioneiro Popular Alentejano, e os espanhóis Serva La Bari vão apresentar o flamenco “Palos”, interpretado por Joaquin Moreno (cante), Francisco Morales (atualmente considerado um dos melhores guitarristas de flamenco) e Carlos Mil-Homens (percussão), acompanhados por um elenco de bailarinas.
A Gala do Cante realiza-se no dia 26 de julho, a partir das 22h, no Largo D. Nuno Alvares Pereira. O espetáculo intitula-se “Ao Cair da Tarde” e em palco vão estar o Grupo Coral da Freguesia de Monsaraz, Grupo de Cantares de Évora, Celina da Piedade e Pedro Calado. Celina da Piedade é uma das artistas mais emblemáticas do movimento de danças tradicionais europeias e utiliza a sua voz e o seu acordeão para divulgar o património musical do Alentejo. Pedro Calado integra grupos corais e tem participado em várias gravações com António Zambujo e a Ronda dos 4 Caminhos. A fechar, no dia 27 de julho, pelas 18h30, realiza-se o “Vinho do Trabalho”.
O primeiro fim de semana do Monsaraz Museu Aberto foi preenchido com as atuações do guitarrista, vocalista e compositor Jorge Fernando e dos seus amigos Virgul, Dino D’Santiago e Fábia Rebordão, num espetáculo intitulado “Descante”, o grupo Uxu Kalhus e a Banda da Sociedade Filarmónica Harmonia Reguenguense apresentaram o projeto “Filarmónica Extravagante”, o Grupo Coral “Estrelas do Sul”, de Portel, recriou o “Vinho do trabalho” e houve teatro com o grupo “Tít’res no Largo da Fêra”. Na abertura do festival foi apresentado o vinho “Monsaraz Museu Aberto 2014”, produzido pela CARMIM.
Exposições
O Monsaraz Museu Aberto tem exposições patentes diariamente durante as três semanas do festival, sob o tema “As Nossas Artes”, que podem ser visitadas das 10h às 13h e entre as 14h e as 23h. No Museu do Fresco pode ser apreciada a exposição anual “O Mundo Rural – uma perspetiva socioeconómica”, que retrata a vida económica e social da população do concelho de Reguengos de Monsaraz desde o século XIX.
Na Igreja de Santiago está patente a mostra “Artes e Ofícios Tradicionais”. Nesta exposição podem ser apreciados objetos e instrumentos relacionados com o vinho, os lanifícios, a olaria e os cobres, que são elementos vivos da história do concelho e constituem uma forma de reprodução material de vários modos de saber popular que contribuíram significativamente para a sua evolução social e económica.
Pelas ruas de Monsaraz pode ser apreciada a mostra de fotografia “Outros Tempos”. Desta forma é possível verificar os hábitos das diversas profissões que o campo ocupa, as práticas assentes no vestuário de trabalho, os rituais de descanso e as relações sociais e familiares que se promovem.
“Memórias D’Odiana” é a exposição produzida pelo Museu da Luz que convoca as memórias e os usos sociais do Rio Guadiana, num lugar que se perdeu para o Grande Lago Alqueva, a Luz. Nesta mostra, no espaço cénico da Torre de Menagem do castelo de Monsaraz, com uma das mais privilegiadas vista sobre o lago, que outrora foi rio, essas vivências são revisitadas através dos depoimentos dos guardadores dessas memórias, assim como das fotografias de família, que permitem observar e perceber, de forma direta, a comunhão das pessoas com o Guadiana.
O pavilhão temático “A Bolota” tem como objetivo valorizar e promover o Montado e pode ser visitado na Casa Monsaraz. Esta exposição, denominada “O Ciclo do Montado”, integra os espaços temáticos sobre o artesanato, a cortiça, o património e os sentidos, e mostra os valores naturais e culturais, os saberes seculares, as memórias e as vivências de quem habita em Portel.
A exposição “Forcados” está patente no espaço “Tertúlia Tauromáquica”. A mostra assinala com fotos e alguns objetos a primeira década de atividade do Grupo de Forcados Amadores de Monsaraz.
Gastronomia regional e emoções
A bienal cultural propõe este ano um roteiro gastronómico com o menu Monsaraz Museu Aberto em 11 restaurantes da freguesia de Monsaraz. Por 15 euros, os visitantes poderão degustar um menu (entradas, prato gastronomia alentejana, sobremesa, taça de vinho Monsaraz Museu Aberto ou refrigerante/água) diversificado nos restaurantes “O Alcaide”, “O Bizaca”, “Casa do Forno”, Centro Náutico de Monsaraz, “O Convívio”, “Feitiço da Moura”, “Casa Modesta”, “Sem-fim”, “Sabores de Monsaraz”, “Taverna Os Templários” e “Xarez”.
Os agentes turísticos da região prepararam diversas atividades para os visitantes desfrutarem durante o Monsaraz Museu Aberto. Assim, propõem um conjunto de “emoções”, nomeadamente conhecer o “Caminho das Oliveiras Milenares” (Horta da Moura), passeios de kartcross (Kartcross Monsaraz), visita a exposição e horta biológica (Monte do Laranjal), quinta com animais exóticos (Monte de Santa Catarina), visita a exposição de escultura, ao Museu do Azeite e prova de azeite (Restaurante Sem-fim), exposição “O pão” (Restaurante Casa do Forno), mostras de pintura, escultura e cerâmica moderna, com dois artistas a pintar ao vivo (Galeria Monsaraz) e massagem hídrica (Casa D. Antónia). Os visitantes poderão ainda conhecer o Centro Náutico de Monsaraz e a Casa do Cante, mas também fazer observações astronómicas na Reserva Dark Sky Alqueva (Casa Saramago e Restaurante Sem-fim).
Carlos Manuel Barão