26 de janeiro de 2014

Janelas do Alentejo em exposição

“Janelas do Alentejo” é o tema da exposição de artesanato que Carlos Figueira vai apresentar entre os dias 18 de janeiro e 2 de março na vila medieval de Monsaraz. Esta mostra está integrada no ciclo de exposições Monsaraz Museu Aberto e pode ser apreciada diariamente das 9h30 às 13h e entre as 14h e as 17h30 na Casa Monsaraz.

Natural do concelho de Évora, Carlos Figueira pretende nesta exposição homenagear o Alentejo e imortalizar um património histórico único. Para o artista, as janelas do Alentejo são portal de acesso à memória cultural de um povo rico em tradições.

Carlos Figueira é professor aposentado de Educação Visual e Tecnológica. Durante a sua carreira artística, iniciada em 1993, apresentou os seus trabalhos em Évora, Grândola e Alvito.



Vanda Palma expõe em Ferreira do Alentejo


25 de janeiro de 2014

Ponte da Ajuda










Foi mandada erguer por Manuel I com a função de assegurar a operação das forças militares portuguesas na margem esquerda do rio Guadiana, em apoio ao Castelo de Olivença, em 19 de dezembro de 1510,1 no chamado local de Nossa Senhora da Ajuda.

Em 1597, alguns dos arcos centrais desabaram, em consequência de fortes cheias que aumentaram significativamente o caudal do rio Guadiana. Mais tarde, em 1641, após vários Invernos rigorosos causando danos à ponte, esta foi reparada por ordem do general D. João da Costa, que mandou substituir dois dos arcos deficientes por pontes levadiças.
Foi parcialmente destruída pelo exército castelhano durante a Guerra da Restauração, em setembro de 1646, tendo sido reparada após o fim da guerra.

Mais tarde, em 1709, no contexto da Guerra da Sucessão Espanhola, o exército castelhano fez explodir a ponte, destruindo-a mais uma vez parcialmente. A partir dessa altura, a ligação entre Elvas e Olivença passou a ter que ser realizada através de terras espanholas. A ponte permanece em ruínas desde essa data até hoje, não tendo sofrido qualquer restauro.

Em 1967, a ponte foi declarada como monumento de interesse nacional, pelo estado português.
Na cimeira luso-espanhola de 1994, o governo português recusou um empreendimento transfronteiriço de construção de uma nova ponte sobre o rio Guadiana, perto da ponte da Ajuda, chamando a si todos os encargos e responsabilidades de construção dessa futura ponte, evitando assim quaisquer formas de reconhecimento tácito de um traçado de fronteira sobre a linha do Guadiana e qualquer cedência do território de Olivença e correspondente património. Em 2000, foi inaugurada uma nova ponte, a curta distância a jusante da antiga, construída e financiada pelo governo português.

(Texto Wikipédia - Fotos Imenso Sul)

24 de janeiro de 2014

Os Fora d'oras no Curvo Semedo


As sonatas de Paul Hindemith em Portalegre



Sáb. 25 Janeiro - Recital de sonatas de Paul Hindemith
Sonatas para trombone e piano, flauta e piano e viola solo, interpretado pelo Ensemble Contemporaneus
Pequeno Auditório
21.30h
Bilhete adulto - 8 €
Bilhete criança (até aos 12 anos inclusive) - 5 €
Na compra de 2 adultos oferta de um bilhete criança
M/4 anos

Paul Hindemith (1895-1963) foi o primeiro compositor importante a emergir na Alemanha do pós-guerra, destacando-se pelo seu ecletismo e pela sua postura experimentalista. As suas primeiras obras revelam ainda uma ligação ao estilo de um romantismo tardio, na linha de Brahms, Strauss e Reger. Foi a partir da década de 20 que o compositor se afastou dos caminhos convencionais, começando a refletir-se na sua obra uma atitude anti-romântica.
Entre 1935 e 1955, escreveu cerca de vinte e cinco sonatas para a maior parte dos instrumentos de orquestra, inclusivamente para aqueles cujo repertório solo era limitado, como o Fagote ou a Tuba, por exemplo. Neste concerto, serão apresentadas as sonatas para Viola (op. 25, n.º 1, de 1922), Flauta (de 1936), e Trombone (de 1941).

20 de janeiro de 2014

Em breve em livro: Do Japão para o Alentejo - A Embaixada Japonesa Tenshö em Vila Viçosa no ano de 1584

Esta obra aborda a temática relacionada com a Embaixada Japonesa que, em 1582, partiu de Nagasáqui em direção a Roma. No decurso dessa viagem o Paço dos Duques de Bragança em Vila Viçosa foi um dos lugares visitados pelos quatro jovens vindos do Japão. Se só por si esta noticia teria tido impacto pelo momento em que ocorreu e por constituir um encontro multicultural no contexto nacional, assume uma outra dimensão, tendo em conta as motivações que estiveram na origem deste facto. Convertidos ao Cristianismo, os Nobres Japoneses faziam parte de uma delegação que se dirigia a Roma, e que visitou os mais importantes centros de decisão na Europa neste período, entre os anos de 1582 e 1586.

O grande mentor desta iniciativa foi o Visitador Jesuíta das Índias Orientais, Padre Alessandro Valignano (1539-1606) que organizou a visita a Roma para os príncipes cristãos japoneses convertidos com um duplo objetivo: esclarecer o Papa com os feitos das Missões na Ásia e impressionar os nobres japoneses com o poder e o estatuto de Roma e dos grandes Senhores europeus.

Os nomes dos príncipes eram Ito Sukemasu (Dom Mancio, 12 anos de idade), Chijia Naokazu (D. Miguel, 14 anos de idade) , Hara Nakatsukasa (D. Martinho, 13 anos de idade) e Nakaura Jingoro (D. Julião, 12 anos de idade). Estavam acompanhados pelos Jesuíta português, Diogo de Mesquita (1553-1614), tutor e intérprete e os servos, com os nomes de Agostinho e Constantino. Este périplo pela Europa, África, Índia, Macau e Japão durou 8,5 anos.

Quando chegaram a Vila Viçosa, os embaixadores japoneses tinham a aproximadamente a mesma idade que D. Teodósio II (entre os doze e os catorze anos) e os destinos do Ducado de Bragança eram dirigidos por D. Catarina, viúva do 6º Duque D. João I e neta do Rei D. Manuel I (filha do Infante D. Duarte e de D. Isabel de Bragança). O que se pretende demonstrar com esta pesquisa prende-se com o facto de Vila Viçosa ter sido mais do que uma escala conveniente. De facto, em termos de percurso no caminho para Madrid, de Évora, onde a comitiva japonesa foi recebido pelo Arcebispo D. Teotónio de Bragança, teria sido possível para o grupo chegar a Elvas num dia.

Contudo, o facto da delegação ter visitado Vila Viçosa durante quatro dias no caminho para Roma e mais quatro dias no regresso dá-nos a indicação da importância da Casa de Bragança aos olhos da Igreja e do próprio contexto político nacional desse período. A delegação japonesa visitou Vila Viçosa duas vezes, permanecendo aqui por quatro dias em cada ocasião, o que nos demonstra bem a importância do Ducado.
Durante o ducado de D. Teodósio II, e desde os seus antecessores, D. Teodósio I e D. João I Vila Viçosa tornara-se a manifestação ou personificação clara da “Corte na Aldeia”, com o centro nevrálgico instituído na expressão arquitetónica monumental do Paço Ducal, sinal de grandeza e pretexto sempre renovado de concorrência e ultrapassagem à invasora corte castelhana.

A Casa de Bragança possuía uma autonomia de governação e lógica própria, que se materializava pelo controlo e expansão de recursos tipicamente senhoriais. Dai que ao longo do período filipino, os Bragança mantivessem uma estabilidade política invejável, já que não dependia do arbítrio régio, a que se acrescia a fidelidade das casas senhoriais e dos nobres que a rodeavam ou de grupos de familiares de exclusiva implantação regional e local.

Nesse sentido, a visita a Vila Viçosa assumiu contornos bastante importantes, na medida em que, tal como pretendemos esclarecer, não se tratou somente de uma visita de cortesia. Como a investigação veio a demonstrar, tornaram-se mais claros os objetivos decorrentes da visita à Corte de D. Teodósio II, quer por parte dos Embaixadores Japoneses, quer em relação aos interesses políticos do Ducado de Bragança.
Parece pois provável, que, aliada a uma natural curiosidade despertada pela presença da comitiva japonesa em solo português, estivessem subjacentes alguns objetivos políticos, também tendo em conta a situação vivida durante este período em Portugal, com o reinado de Filipe II de Espanha.

O relato da passagem por Vila Viçosa e a descrição de alguns episódios que tiveram lugar entre o Paço e a Tapada mereceram uma atenção especial, assim como a análise dos fatores que parecem ter estado na origem desta deslocação à Corte dos Duques de Bragança.

(Tiago Salgueiro)