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20 de novembro de 2016

Arqueólogos encontram extremidade de piscina em «villa» romana em Alcácer do Sal

“A piscina já tinha sido identificada”, durante as escavações realizadas em 2007, mas só esta semana, com a nova descoberta, “foi possível ficar a conhecer as suas dimensões”, disse hoje à agência Lusa Rita Balona, arqueóloga da câmara municipal.

A extremidade da piscina foi encontrada numa sondagem arqueológica do Gabinete de Arqueologia da Câmara de Alcácer do Sal, no distrito de Setúbal, no âmbito da remodelação da rede de águas da localidade de Santa Catarina, revelou o município.

“Os muros já tinham 12 metros de comprimento, mas não sabíamos onde terminavam, porque enfiavam-se debaixo de um passeio. Agora, devido à nova rede de abastecimento de água, abrimos uma sondagem nesse passeio, para ver o que lá estava debaixo, e foi mesmo um ‘tiro certeiro’”, explicou a arqueóloga.

Os trabalhos permitiram encontrar, a 60 centímetros de profundidade, um dos cantos da piscina, a qual, concluíram os arqueólogos, tem 20 metros de comprimento por 8,30 metros de largura.
“Está em muito bom estado de conservação, não há rachas e até tem umas escadas com seis degraus”, revelou Rita Balona, realçando que, conhecida a dimensão, “vai dar para comparar esta piscina com outras da mesma época encontradas no país”.

Mas a arqueóloga indicou já que a estrutura de Santa Catarina de Sítimos é “bastante grande”, o que evidencia a importância que a “villa” tinha na época romana.

“Quanto maiores as piscinas, mais importantes eram as ‘villas’ romanas. Quando são tanques ou termas mais pequenas é sinal de que a população era mais pequena. A de Santa Catarina é uma das maiores e isso permite-nos atribuir uma importância muito maior à ‘villa’”, sublinhou.
Essa importância é também alicerçada por, anteriormente, já terem sido aí encontrados um possível santuário pagão, onde foi descoberta uma lucerna com Vénus, e uma zona de produção, com tanques para azeite e vinho.
“À superfície, também já encontrámos muito material, assim como uma coluna e um relógio de sol. E temos a certeza de que haverá muitas casas, mas ainda não efetuámos escavações nessa zona”, acrescentou a arqueóloga.

O mais recente achado relacionado com a piscina vai, agora, ser analisado por um técnico da Direção Regional de Cultura do Alentejo e, segundo Rita Balona, deverá ser “protegido com uma manta de geotêxtil e areia”, para que possam prosseguir as obras da passagem da conduta de água.
Identificada em 1977, devido ao alargamento de uma rua na aldeia de Santa Catarina, a estação arqueológica, datada dos séculos I antes de Cristo (a.C.) a VI depois de Cristo (d. C), foi alvo de escavações arqueológicas em 1986 e em 2006/2007.

(Diário Diigtal / Lusa)