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23 de julho de 2020

Arqueologia nos novos caminhos da água



O Museu-Biblioteca da Fundação da Casa de Bragança continua com a sua actividade cultural em Vila Viçosa, no distrito de Évora.

No próximo dia 30 de Julho, pelas 16 horas, será inaugurada no Castelo de Vila Viçosa uma exposição sobre a Arqueologia nos novos caminhos da água, uma exposição que resulta de uma parceria com o Museu da Luz e a EDIA.

Meia hora mais tarde, também no Castelo de Vila Viçosa, será apresentada a obra Arqueologia 3.0 III. “Resgatar Memórias” – sítios, territórios e comunidades.
De salientar que estas actividades serão também transmitidas através do Facebook na página @museubibliotecaCB

(O Digital / Porto dos Museus)

16 de novembro de 2015

Papa Francisco premeia 40 anos de trabalho do Campo Arqueológico de Mértola

O trabalho desenvolvido ao longo dos últimos 40 anos pelo Campo Arqueológico de Mértola (CAM) acaba de ser reconhecido pela Cúria Romana com a atribuição do prémio das Academias Pontifícias do Vaticano, este ano dedicado aos primeiros séculos do Cristianismo.

Durante a sessão pública das Academias Pontifícias, realizada na terça-feira no Vaticano, o arqueólogo Cláudio Torres, director do CAM, foi surpreendido com uma mensagem enviada aos participantes no encontro pelo Papa Francisco onde este diz: “Apraz-me entregar o prémio das Academias Pontifícias à associação portuguesa Campo Arqueológico de Mértola pelas campanhas arqueológicas conduzidas nos últimos anos e pelos extraordinários resultados obtidos”, acrescentando ainda que pretende “encorajar e apoiar” os que se comprometem na “pesquisa histórico-arqueológica e relativa aos mártires”.

Cláudio Torres, agnóstico confesso, não encara a atribuição do prémio como uma contradição como alguns possam presumir, mas antes como “uma motivação extra” para os estudiosos da arqueologia. Nas declarações que prestou ao PÚBLICO, o director do CAM destacou o “conhecimento profundo e a inteligência” dos representantes do Vaticano com quem trocou informações quando estes se deslocaram a Mértola para se inteirarem da dimensão do trabalho realizado pelos investigadores portugueses.

Contradição, acrescenta Cláudio Torres, existe apenas na história escrita. Em vez de encontrarem vestígios de “cavalos e camelos que teriam invadido a Península Ibérica” durante a pretensa invasão “árabe” vinda do norte de África, “demos com abundantes sinais de “comunidades cristãs bem enraizadas”. Do Islão, nada.

A ideia clássica que prevalece na história oficial de que a Península Ibérica “teve ocupação islâmica através de uma grande invasão não está provada” garante o arqueólogo, frisando que após décadas de escavações e estudos profundos “não há provas de tal invasão”.

A questão é outra, acentua: “A igreja cristã precisava de justificar a derrota perante o Islão” efabulando sobre uma colossal invasão de infiéis. “E do outro lado (do Islão) passou-se precisamente a mesma coisa”. Disseminaram a ideia de que “meia dúzia de guerreiros seus tinham ocupado um país gigantesco: a Península Ibérica”.
Para Cláudio Torres, “os grandes movimentos de ideias nunca foram impostos pelas armas mas através dos comerciantes e mercadores”, sublinhando que “não é à paulada nem à espadeirada que se propagam ideologias”.

O que os “cacos” transmitem é que o cristianismo chegou à Península Ibérica “através dos escravos e dos pobres”, que tinham necessidade da promessa de um paraíso que os ajudasse a suportar “o vale de lágrimas da vida terrena”, resume o arqueólogo, descrevendo os acontecimentos provados: “O que sabemos hoje é que o mundo paleocristão chegou antes do Islão. Quando os muçulmanos chegaram à Península Ibérica já havia várias seitas cristãs monofisitas que não aceitavam a Santíssima Trindade, o grande cristianismo de Roma.”

Em Mértola, as escavações realizadas pelo CAM recuperaram uma boa quantidade de lápides com inscrições em grego e, pelo menos três delas, tinham o nome Eutiques, precisamente o fundador do movimento monofisita no século V d.C, que se opunha a Bizâncio. Um deles foi presbítero em Mértola, onde já foram descobertos vestígios de uma imponente basílica e de grandes batistérios. Neste momento, os arqueólogos estão a interpretar “uma igrejinha do século VI que estava debaixo da mesquita e por cima de um templo romano”, assinala Cláudio Torres.

(Público)

17 de abril de 2013

Homenagem a Cláudio Torres

19 de Abril
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

20 de Abril
Campo Arqueológico de Mértola
Associação de Defesa do Património de Mértola

Esta homenagem a Cláudio Torres é um projecto que tínhamos há muito tempo, ao qual veio unir-se, o Hermenegildo Fernandes da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Luís Filipe Oliveira da Universidade do Algarve, Filomena Barros e Fernando Branco da Universidade de Évora e, claro está o pessoal todo do CAM e da ADPM. A Homenagem terá dois momentos e uma publicação.

Uma primeira sessão terá lugar na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa no dia 19 de Abril de 2013, com um carácter mais académico, orientado para a história e a arqueologia. Trata-se de uma mesa redonda intitulada “O Mediterrâneo Islâmico e Medieval: balanço e novas perspectivas” na qual já confirmaram a sua participação António Borges Coelho, José Luís de Matos, Christophe Picard, Jorge Barroca, Alexandre Alves Costa, Santiago Macias, Isabel Cristina Fernandes e Maria Cardeira da Silva. O almoço será livre na cantina da Faculdade.

O segundo momento terá lugar em Mértola, no dia 20 de Abril de 2013, na sede da ADPM, e estará mais orientado para o papel do Cláudio nas áreas do património, o desenvolvimento e o mundo rural. Esta segunda mesa redonda, intitulada “Desenvolvimento, Património e Mundo Rural” conta com a participação confirmada de Camilo Mortágua, Fernando de Oliveira Batista, João Guerreiro e Ana Paula Amendoeira.

Posteriormente, queremos elaborar uma monografia ecléctica, de homenagem ao Cláudio, para publicar em 2014. De temática livre, os originais deverão ter uma extensão aproximada entre as 5 e as 10 páginas. Sendo um volume dedicado ao Cláudio, deveremos elaborar contributos arrojados que, como ele, marquem a diferença. Ainda não temos financiamento para esta publicação, mas tentaremos ensaiar soluções igualmente arrojadas. Precisamos urgentemente de passar a palavra a todos aqueles que possam vir a estar interessados em participar nesta Homenagem, pelo que agradeceríamos a divulgação desta nossa iniciativa.