Veio cedo da sua aldeia de Casével do Alentejo, tendo aprendido as primeiras letras na sua aldeia natal começa a trabalhar como Empregado do comércio num estabelecimento que um tio seu abastado e lojista tinha estabelecido em Lisboa onde presidiu à Associação dos Empregados do Comércio de Lisboa
Torna-se mais tarde caixeiro-viajante por contra própria pois teria cortado relações com este tio correndo o país.
Sendo um autodidacta e rebelde por índole funda em Angra do Heroísmo um jornal para defesa dos empregados do comércio, e tão bem conduziu a campanha que as suas reivindicações foram aceites e começaria a vigorar nessa ilha o repouso semanal, nesta cidade também impulciona o Núcleo da Juventude Anarco-Sindicalista.
Em 1903, em Estremoz, fez intensa propaganda republicana e daí começou a colaborar nos jornais de classe da capital, sempre homem de fé e dedicação sem limites. De entre algumas tiradas tem esta: "Se os senhores representantes da Nação mais uma vez nos votarem ao olvido, resta-nos a certeza de que os marmeleiros ainda crescem nos pauis" (escreveria ele em 1903) e "Tentar esmagá-lo (o opressor) num justificado impulso de revolta é um dever de todos nós" (dizia ainda em 1906).
Mediante um pequeno capital, emprestado por mão amiga, fundou uma pequena empresa de livraria, A Social Editora com Aquilino Ribeiro, onde foram editados alguns folhetos contra o regime, esta encetou ainda a publicação em fascículos, distribuídos aos domicílios, do romance de índole popular, A Filha do Jardineiro (romance que através da ironia dava machadadas na carcomida árvore real de sete séculos,na empresa embrionária e mal sucedida consumiu este as suas poupanças, que não eram muitas.
Republicano radical, mas não extremista, sabe-se que era franco-mação (ao contrário de Manuel Buíça que não se tinha a certeza), na loja maçónica a que pertencia tornou-se proverbial este seu carácter.
Rígido com os outros, era-o ainda mais consigo, assim, como salariado, passou dias inteiros sem comer, escondido, com vergonha de que o vissem soltar uma queixa, incapaz de estender a mão a quem quer que fosse.
Na noite de 28 de Janeiro de 1908, data fixada para o movimento que abortou desastradamente no elevador da Biblioteca, liderava um grupo conjuntamente com Manuel Buiça de vinte homens, este grupo deveria primeiramente assaltar o Palácio Real mas depois, por uma modificação da estratégia, o Quartel dos Lóios, o grupo, ainda se envolveu em confrontos com a Guarda Municipal, nas imediações da Rua de Santa Bárbara, quando aguardava que um morteiro desse o sinal da revolução. A Janeirada foi planeada por António José de Almeida que tinha como organizador na sombra Luz de Almeida.
A partir dessa tentativa de Revolução, o governo de Francisco Franco empreendeu uma onda repressiva os que puderam fugir fizeram-no mas no meio do pânico geral, Alfredo Costa (que não tinha sido preso nesse dia) era um dos conspiradores que não arredavam do seu posto.
A sala traseira do Café Gelo, sempre tão frequentada e turbulenta pelos carbonários e republicanos estava vazia, apenas Manuel Buíça e Alfredo Costa com mais uns tantos temerários ficavam por lá e continuavam a frequentar o local, os outros passavam de esfuziote, rápidos e silenciosos.
Alfredo Costa continuava livremente pela cidade, congregando os elementos que, dispersos, sobreexistiam ainda, teimando sempre que se continuasse a lutar, dizem que afirmou num encontro que teve depois da Janeirada com Machado Santos e Soares Andrea no Café Gelo: Se algum bufo me deita a unha – dizia Costa palpando a browning na algibeira da calça – queimo-lhe os miolos.
Em 31 de Janeiro de 1908 (na véspera do regicídio) era morador na Rua dos Douradores, 20, 2.º andar em Lisboa, era solteiro e sem filhos, empregado do comércio, colaborador de jornais e administrador do semanário O Caixeiro.
Na madrugada do dia 1 de fevereiro de 1908, Alfredo Costa reune-se com Manuel Buíça e outros carbonários na Quinta do Xexé, aos Olivais, onde planeiam o atentado.
No mesmo dia pelas duas horas da tarde, almoça com Manuel Buíça e mais três desconhecidos, numa mesa a um canto do Café Gelo, que fica perto da porta para a cozinha, saem estes para dar lugar a um outro que se senta à mesma mesa, com quem os regicidas conversam baixo, Alfredo Costa engolirá um almoço apressado, findo o diálogo, Buíça é o primeiro a se levantar e diz aos outros dois que vai buscar o varino.
Pelas quatro horas da tarde, do mesmo dia, Alfredo Costa, Fabrício de Lemos e Ximenes, assumem posições debaixo da arcada do Ministério do Reino no Terreiro do Paço.
Manuel Buíça com Domingos Ribeiro e José Maria Nunes, posiciona-se no Terreiro do Paço, perto da estátua de D. José, ficando o primeiro perto duma árvore, frente ao mesmo ministério, junto a um quiosque.
Os seis aguardam a chegada do monarca, misturados com a população que espera o desembarque da família real, acompanham atentamente a atracagem do navio a vapor, D. Luís, onde seguia a mesma.
Sensivelmente às cinco horas e vinte minutos, Alfredo Costa, depois de Manuel Buíça ter começado a disparar sobre o landau régio, caí sobre a carruagem que passava na sua frente e disfere dois tiros no príncipe herdeiro que alvejado à queima-roupa tomba mas diz-se que este embora ferido, consegue ainda disparar quatro tiros sobre Alfredo Costa, acaba essa defesa quando Manuel Buiça lhe desfecha um projéctil que lhe atravessa a face esquerda, saindo-lhe pela nuca, nesta acção Alfredo Costa caí da carruagem.
A Polícia Municipal perante a acometida do Tenente Figueira, ressarciu-se também e rompeu a disparar a torto e a direito sobre os vultos que se lhe afigurou fazerem parte da conjura, dois agentes, quando Alfredo Costa cambaleava, lançaram-lhe a mão, e ao passo que o arrastavam para a esquadra, iam disparando os revólveres sobre ele, refeitos em seu domínio.
Depois de morto, o seu cadáver é alvejado, trespassado e pisoteado, no Terreiro do Paço e no Arsenal, para onde é levado.
Na véspera, um grupo de três homens, membros da Associação do Registo Civil, manifestou ao director da morgue, a vontade de proporcionar a Alfredo Costa, enquanto associado da mesma agremiação cívica, um funeral civil.
Autopsiado no início da madrugada do mesmo dia, mais tarde, pelas três horas e trinta minutos, o seu cadáver, bem como o de Manuel Buíça e de João Sabino (morto da luta que opôs a escolta real aos assassinos, e que mais tarde foi ilibado de qualquer participação no atentado) foram acondicionados em ataúdes de chumbo e seguiram depois, num char-à-bancs, para o cemitério do Alto de São João.
Lá chegados, os caixões foram conduzidos à sala dos depósitos onde os soldaram, cerca das cinco horas e trinta minutos, apesar das tentativas governamentais de manter os funerais dos regicidas em segredo absoluto, o que impediu inclusive que estes recebessem qualquer tipo de cerimónia fúnebre, os mesmos foram acompanhados por cerca de vinte mil pessoas.
Após a Implantação da República, a Associação do Registo Civil e do Livre Pensamento adquire terreno no Cemitério para aí erigir um monumento aos "heróicos libertadores da Pátria" (palavras constantes no requerimento apresentado à C.M.L.).
O monumento, composto por dois braços, um empunhando um facho e outro correntes rebentadas, foi desmantelado durante o Estado Novo, e os corpos trasladados para outro local, dentro do Cemitério. Apesar dos elementos do monumento se encontrarem preservados, nunca foram repostos.
(in Wikipédia)