26 de abril de 2021

Município de Castelo de Vide investe na Casa da Cidadania Salgueiro Maia

O Governo autorizou a Direção Regional de Cultura do Alentejo (DRCA) a reprogramar os encargos referentes à instalação da Casa da Cidadania Salgueiro Maia, em Castelo de Vide (Portalegre), num valor superior a 976 mil euros.

A secretária de Estado do Orçamento, Cláudia Joaquim, e a secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural, Ângela Carvalho Ferreira, autorizaram a reprogramação dos encargos no valor de 976.460 euros, através de uma portaria publicada hoje em Diário da República (DR).

O presidente da câmara de Castelo de Vide, António Pita, explicou à agência Lusa que este valor agora autorizado pelo Governo é referente ao custo “de uma fase” do projeto, principalmente quanto à componente museológica.
“Esta portaria revela o custo de uma fase do museu, composto por várias fases, diferentes adjudicações e, esta adjudicação, é só para a parte museológica, para o edifício mãe”, disse.

António Pita informou que o projeto na globalidade conta com um investimento que “ronda os 3,5 milhões de euros”, e que, em contrapartida nacional será assegurada pelo município.
A Casa da Cidadania Salgueiro Maia, que está em construção no castelo da vila, é um núcleo museológico que homenageia o capitão de Abril. 
Segundo o autarca, a inauguração deve realizar-se a 01 de julho.

(Rádio Campanário)

 

21 de abril de 2021

Workshop “Os mármores do Alentejo: um percurso pela sua história económica”



No próximo dia 24 de abril, o CECHAP – Centro de Estudos de Cultura, História, Artes e Património promove o workshop “Os mármores do Alentejo: um percurso pela sua história económica”. A sessão, online, terá lugar às 10h.

O Workshop encontra-se no âmbito da 3ª Fase do projeto Património e História da Indústria dos Mármores. Pretende-se, através de um diálogo entre a ciência, os atores da economia das rochas ornamentais, os decisores políticos e a sociedade civil em geral, fornecer um maior conhecimento do passado, bem como novas abordagens para o futuro da sua indústria.

Inscrições AQUI

Sessão através do Zoom: https://us02web.zoom.us/j/87876035433

Mais informação em www.marmore-cechap.pt


20 de abril de 2021

‘Cartas Portuguesas’ de Mariana Alcoforado editadas em Espanha

As ‘Cartas Portuguesas’ atribuídas a Mariana Alcoforado (1640-1723), um dos primeiros exemplos de uma “novela epistolar”, foram publicadas em Espanha com notas e introdução do historiador José António Falcão, numa tradução de María Jesús Fernández.

As ‘Cartas Portuguesas’ são cinco missivas de amor, “cheias de ardor”, alegadamente escritas por uma freira de um convento de Beja a um aristocrata ao serviço do exército francês “num período culminante da Guerra da Restauração”, cujo nome não é revelado, e que foram publicadas pela primeira vez em 1668 por um editor parisiense.

Na opinião de José António Falcão, as “Cartas Portuguesas” são “um dos primeiros exemplos, senão o primeiro, de um género original, a novela epistolar” que surgiu no século XVII”, referindo ainda a “aura criada em torno da sua autoria”.

Para uns, estas cartas são uma criação apócrifa, ou seja, cuja autoria não é a da freira de Beja, mas sim de origem francesa, outros “veem nelas o reflexo da identidade portuguesa”.

A edição original francesa esclarece desconhecer o destinatário das cartas e quem as traduziu, mas a dúvida da sua autoria paira entre a freira portuguesa e Gabriel-Joseph Guilleragues, pseudónimo de G.-J. Lavergne (1628-1685), que foi embaixador de Luís XIV de França no Império Otomano, e cujo talento literário era apreciado, tendo sido redator chefe da “Gazette de France” e referenciado como tradutor das “Cartas” numa “edição pirata” de 1669.

Para Falcão, “a história das ‘Cartas Portuguesas’ constitui em si uma novela”, referindo que Mariana “recorreu a uma prosa distinta da usada habitualmente na época” com uma estrutura sem períodos nem parágrafos, o que “suscitou críticas por parte dos literatos”, nomeadamente Gabriel Guéret.

Falcão faz referência à evolução da crítica histórica e literária sobre as “Cartas”, que assumiram interesse em Portugal no século XIX, com Alexandre Herculano e Camilo Castelo Branco, que consideraram terem sido escritas originalmente em francês.

José António Falcão cita os contributos de vários investigadores sobre esta temática, designadamente Teófilo Braga, Luciano Cordeiro, responsável pela “redescoberta e reinvenção nacional da freira de Beja”, e Edgar Prestage que escreveu sobre Mariana na Enciclopédia Britânica em 1911.

(Notícias ao Minuto)