17 de fevereiro de 2018

Pode ser inédita arte rupestre descoberta nas margens do Guadiana

Tendo presente as recentes notícias sobre a descoberta de novos núcleos de arte rupestre nas margens do Guadiana, perto da Ermida de N.ª Senhora da Ajuda, no concelho de Elvas, a Direção Regional de Cultura do Alentejo deslocou um Arqueólogo do seu Mapa de Pessoal ao local, que, na companhia do achador, D. Joaquim Larios Cuello, e do responsável pela divulgação do achado, Dr. Luís Lobato de Faria, teve oportunidade de confirmar in loco o interesse da descoberta. 

As rochas com gravuras encontradas enquadram-se no tipo de manifestação artística já antes identificada a jusante, estudada e publicada em monografia temática. Consultado um dos especialistas que estudou esse conjunto, o Dr. António Martinho Batista que foi, até há bem pouco tempo, Diretor do Parque Arqueológico do Vale do Côa e que tem dedicado a sua vida de investigador ao estudo da Arte Pré e Proto-Histórica, referiu que pensa serem inéditas estas descobertas e que, nos trabalhos anteriores chegou a estar perto da Ponte da Ajuda, mas que não terá tido oportunidade de ver e documentar as gravuras agora encontradas. 

O especialista salientou ainda o interesse da temática, com “…paralelos noutras rochas que…foram na altura estudadas…” e que se inserem “… no que definimos como período II da arte rupestre do Guadiana. Deve ser Calcolítica”, ou seja, da Idade do Cobre.

Neste momento, a Direção Regional de Cultura do Alentejo está a preparar, em colaboração com a Câmara Municipal de Elvas, com o referido especialista e com os achadores, uma campanha de estudo e documentação gráfica e fotográfica destes novos achados.

(Direção Regional de Cultura do Alentejo)

11 de fevereiro de 2018

Adega da Herdade do Freixo ganha prémio de Edifício do Ano

A adega concebida por Frederico Valsassina foi considerado o Edifício do Ano no que à arquitetura industrial diz respeito, segundo a Archdaily.

Frederico Valsassina Arquitetos levou a cabo o projeto na Herdade do Freixo (Redondo), uma propriedade alentejana de 300 hectares, 26 dedicados à vinha. “A morfologia do lugar foi decisiva, tornando imperativo mantê-lo intacto, apesar da intervenção em causa numa construção deste género”, explicou o gabinete de Valsassina à Archdaily, a publicação que, anualmente atribui estes prémios.”Uma intervenção nunca poria em perigo o equilíbrio encontrado no local”, acrescentam. O edifício confunde-se com a paisagem, e esse era o plano do arquiteto.

“Na produção, a opção de enterrar a adega, projetando em vários pisos até mais de 40 metros de profundidade, permitiu que a força gravitacional do processo de fazer vinho fosse usada, respeitando as massas do vinho e usando as mais avançadas e inovadoras técnicas de enologia. Foi também possível, por esta razão, criar as melhores condições térmicas para a conservação do vinho dada a redução da amplitude térmica e os baixos valores de temperatura”, considera o ateliê acerca do projeto, num texto elaborado para a plataforma Archdaily, que entrega anualmente estas distinções.

A adega da Herdade do Freixo competia pelo prémio de Edifício do Ano ao lado de outros dois projetos de arquitetos portugueses: a sede de GS1 Portugal, do ateliê Promontorio, e a Faculdade de Arquitetura de Tournai, do ateliê Aires Mateus.
(Porto dos Museus)

3 de fevereiro de 2018

Convento de Évora em recuperação

O Convento de S. Bento de Cástris, em Évora, está a ser submetido a obras de requalificação, num projeto que visa devolver ao espaço a sua dimensão espiritual, através da conversão em centro de artes, património e investigação.

Classificado como monumento nacional, foi desde 2014 submetido a intervenções nas coberturas e telhados, requalificação de duas salas, e a criação de hortas, num investimento de cerca de 400 mil euros.

Para o ano de 2018, com fundos aprovados no âmbito do programa Alentejo 2020, a nova fase do projeto contempla a requalificação da ala direita do mosteiro e a beneficiação da instalação elétrica, novamente num investimento de cerca de 400 mil euros.

Para a requalificação do património integrado, que inclui pinturas murais, estuques e massas, foi feita uma candidatura ao programa VALORIZAR, do Turismo de Portugal, que ronda os 364 mil euros.

Fundado em 1274, surge como uma das mais antigas casas religiosas femininas em Portugal, acolheu a Casa de Pia de Évora entre a década de 60 e o ano 2005, encontra-se atualmente desocupado.

(Rádio Campanário / Porto dos Museus)

29 de janeiro de 2018

16 de janeiro de 2018

Olhar para os mortos, olhar pelos mortos.


O Núcleo Museológico da Rua do Sembrano promove, esta quinta-feira, 18 de janeiro, , a partir das 21h30, a conferência “Olhar para os Mortos. Olhar pelos mortos” que apresentará algumas reflexões sobre as práticas funerárias do 4º e 3º milénios a.C., no Sul de Portugal.

Partindo do registo arqueológico, discutir-se-ão as práticas funerárias, os gestos, as arquiteturas e os objetos ligados à Morte, no 4º e 3º milénios AC, no Sul de Portugal, refletindo sobre a centralidade crescente do universo funerário - nas suas múltiplas componentes - no processo de organização social das comunidades neolíticas e calcolíticas.

O investimento efetivo realizado na construção/uso/transformação dos monumentos megalíticos, os objetos que denunciam protagonismo social, os materiais que refletem uma complexidade simbólica crescente, a manipulação intensa dos restos humanos são alguns dos elementos usados nesta reflexão que permitem reconstruir o complexo papel da Morte e o papel ativo que os mortos possuem nas dinâmicas sociais, ao longo do 4º e 3º milénios AC, no Sul de Portugal.

Esta iniciativa está integrada no ciclo expositivo “Sob a Terra e as Águas – Porque há sempre novas histórias a contar…”. Assim, neste dia, também será inaugurada a exposição de arqueologia – Olhar o mundo há 5000 anos – uma organização da EDIA, Câmara Municipal de Beja e Direção Regional de Cultura, com o apoio da Associação de Defesa do Património de Beja.

Sobre a conferencista:

Mariana Diniz
Arqueóloga, doutorada em Arqueologia e Pré-História, docente do Departamento de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Sub-diretora do Centro de Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa - UNIARQ e membro da Direcção da Associação dos Arqueólogos Portugueses