1 de setembro de 2016

Centro de arte contemporânea em Vila de Frades

Cruzando o enotorismo com o turismo cultural, uma das maiores coleções privadas de arte contemporânea vai ser exibida numa quinta vinícola em Vila de Frades, no distrito de Beja.

Um casal milionário holandês decidiu criar um museu de arte contemporânea num edifíco de 450 metros quadrados construído com traços modernos e revestido, parcialmente, a xisto, assinado pelo arquiteto alentejano, Filipe Nogueira Alves. O casal Bruin é um casal de colecionadores que está há alguns anos envolvido no mercado internacional da arte.

A Quinta do Quetzal, em Vila de Frades, no concelho da Vidigueira e distrito de Beja, vai deixar de ser unicamente uma quinta vinícola e promover somente o enoturismo: o Centro de Arte Contemporânea do Quetzal vai abrir as suas portas a 7 de Setembro com entradas sempre gratuitas, promovendo também a arte e o turismo cultural.

Este espaço conta com o investimento de um casal muito envolvido no mundo artístico. A esposa, Inge de Bruin, é diretora de arte de um dos maiores eventos artísticos - a feira internacional Art Basel – e faz parte do concelho de administração do Museu de Arte Moderna, em Nova Iorque. O Centro de Arte Contemporânea do Quetzal contará com várias peças da coleção privada do casal, que se pensa ser vasta pois estão entre os duzentos maiores colecionadores do mundo, segundo a revista ArtNews.

A abertura deste espaço vai contar com três grandes exposições de artistas norte americanos. Um deles é Pat O’Neill, o pioneiro dos efeitos especiais no cinema e responsável pelos efeitos especiais dos filmes da saga Star Wars, que vai exibir oito trabalhos experimentais produzidos entre 1963 e 1979. Robert Heinecken, na área da fotografia, e Trisha Baga, na área da multimédia e vídeos em 3D, são os outros dois artistas que vão expôr na abertura do centro.

O Centro e Arte Contemporânea do Quetzal vai ter também um programa de mecenato que apoiará artistas locais e internacionais, para que façam exposições e residências artísticas no espaço.

Do centro de Évora sairão autocarros com convidados, pelas 15h, em rumo à inauguração e abertura do espaço. Em Vila de Frades decorre uma visita livre ao Centro de Arte Contemporânea do Quetzal que se seguirá de uma visita à adega e cerimónia que inaugurará o centro e contará com discursos e um jantar que se prolongará na noite.

No dia anterior, jornalistas e especialistas na área dos vinhos farão uma visita semelhante, com prova de vinhos e jantar.

Para o dia 7 de Setembro está prometida a presença “das mais importantes personalidades do mundo da arte contemporânea”. Apesar da garantia, os organizadores não divulgam os nomes. No entanto, sabe-se que os convidados portugueses incluem o Ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, e o Ministro da Cultura, Luís Filipe de Castro Mendes.

O Espaço de Arte Quetzal já está aberto ao público, de quarta a Domingo entre as 10h e as 20h, mas a sua inauguração oficial só acontecerá no dia 7 de Setembro.

A inauguração do centro faz-se acompanhar pela abertura oficial de uma loja de produtos regionais, livros de arte e vinhos e de um restaurante cuja carta é assinada pelo chef Pedro Mendes que baseará o seu menu em produtos da zona e da época. O preço do menu é de 19 euros por pessoa.

Neste contexto, a expetativa é grande e o número de visitantes ainda não tem uma estimativa certa, pois o projeto é uma novidade e nunca foi experimentado na região. O Centro procura visitantes portugueses, mas também turistas estrangeiros.

(Lídia Mestre / Tribuna do Alentejo)

28 de agosto de 2016

Paço dos Henriques abre em setembro como espaço cultural

A Câmara de Viana do Alentejo inaugura no dia 04 de setembro o Paço dos Henriques, na vila de Alcáçovas, após obras de requalificação de cerca de 1,7 milhões de euros.

O edifício onde foi assinado o Tratado das Alcáçovas vai ter um centro interpretativo, uma área de exposições, posto de turismo, um núcleo documental e um espaço dedicado à arte chocalheira.

Está também a ser preparada a criação de um centro UNESCO dedicado ao Património Imaterial, que vai ocupar uma parte do imóvel, numa parceria da câmara com a Turismo do Alentejo.

(Porto dos Museus)

27 de agosto de 2016

Castro Verde vai ter espaço para promover viola campaniça e artes e ofícios

A Câmara Municipal de Castro Verde vai criar um espaço para promover a construção e o toque da viola campaniça, instrumento típico do Baixo Alentejo, e atividades inovadoras ligadas às artes e aos ofícios do concelho.

A criação do espaço, num investimento de 750 mil euros, “surge da contiguidade da prática do município, de há longos anos, no sentido da defesa dos valores identitários do concelho”, como a viola campaniça e as artes e os ofícios, disse hoje à agência Lusa Francisco Duarte, presidente da Câmara de Castro Verde, no distrito de Beja.

Segundo o autarca, o município já apoiou projetos para a salvaguarda daquela viola de arame típica do Baixo Alentejo e “agora chegou a altura de criar um espaço para promover e compatibilizar a construção e o ensino do toque” do instrumento.

Entre os projetos apoiados, o autarca destacou o que permitiu introduzir o ensino da construção e do toque da viola campaniça na Escola Secundária de Castro Verde e do qual resultou a criação do grupo de jovens tocadores do instrumento e cantadores de cante alentejano Moços d’Uma Cana.

Através do espaço, explicou, a autarquia também quer promover “atividades inovadoras ligadas às artes e aos ofícios, estimulando a capacidade criativa e o desenvolvimento de novos produtos” em articulação com o Centro de Promoção do Património e Turismo de Castro Verde.

O projeto de arquitetura do espaço está “quase concluído” e a autarquia prevê apresentar a candidatura para obter cofinanciamento comunitário e lançar o concurso público para as obras de construção “ainda durante este ano”, disse o autarca, adiantando que a empreitada irá arrancar e o espaço deverá começar a funcionar em 2017.

O espaço vai “nascer” a partir da recuperação de um edifício da autarquia situado no núcleo urbano da vila e integrado na área de proteção da Basílica Real de Castro Verde e será constituído por uma oficina de construção e um sala de toque de viola campaniça e oficinas para a promoção de atividades ligadas às artes e aos ofícios.

O projeto está incluído no Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) de Castro Verde, que irá permitir obter um cofinanciamento comunitário de 85% para recuperar o edifício onde irá funcionar o espaço através do programa “Portugal 2020″, sendo a verba restante assegurada pelo município.

A viola campaniça, também conhecida como viola alentejana ou de Beja, é um instrumento típico do Baixo Alentejo, cujo toque, nos últimos tempos, esteve limitado à zona campaniça ou do Campo Branco, que engloba os concelhos de Aljustrel, Almodôvar, Castro Verde, Mértola, Ourique e parte do de Odemira, no distrito de Beja.

(DN)