16 de novembro de 2015

Papa Francisco premeia 40 anos de trabalho do Campo Arqueológico de Mértola

O trabalho desenvolvido ao longo dos últimos 40 anos pelo Campo Arqueológico de Mértola (CAM) acaba de ser reconhecido pela Cúria Romana com a atribuição do prémio das Academias Pontifícias do Vaticano, este ano dedicado aos primeiros séculos do Cristianismo.

Durante a sessão pública das Academias Pontifícias, realizada na terça-feira no Vaticano, o arqueólogo Cláudio Torres, director do CAM, foi surpreendido com uma mensagem enviada aos participantes no encontro pelo Papa Francisco onde este diz: “Apraz-me entregar o prémio das Academias Pontifícias à associação portuguesa Campo Arqueológico de Mértola pelas campanhas arqueológicas conduzidas nos últimos anos e pelos extraordinários resultados obtidos”, acrescentando ainda que pretende “encorajar e apoiar” os que se comprometem na “pesquisa histórico-arqueológica e relativa aos mártires”.

Cláudio Torres, agnóstico confesso, não encara a atribuição do prémio como uma contradição como alguns possam presumir, mas antes como “uma motivação extra” para os estudiosos da arqueologia. Nas declarações que prestou ao PÚBLICO, o director do CAM destacou o “conhecimento profundo e a inteligência” dos representantes do Vaticano com quem trocou informações quando estes se deslocaram a Mértola para se inteirarem da dimensão do trabalho realizado pelos investigadores portugueses.

Contradição, acrescenta Cláudio Torres, existe apenas na história escrita. Em vez de encontrarem vestígios de “cavalos e camelos que teriam invadido a Península Ibérica” durante a pretensa invasão “árabe” vinda do norte de África, “demos com abundantes sinais de “comunidades cristãs bem enraizadas”. Do Islão, nada.

A ideia clássica que prevalece na história oficial de que a Península Ibérica “teve ocupação islâmica através de uma grande invasão não está provada” garante o arqueólogo, frisando que após décadas de escavações e estudos profundos “não há provas de tal invasão”.

A questão é outra, acentua: “A igreja cristã precisava de justificar a derrota perante o Islão” efabulando sobre uma colossal invasão de infiéis. “E do outro lado (do Islão) passou-se precisamente a mesma coisa”. Disseminaram a ideia de que “meia dúzia de guerreiros seus tinham ocupado um país gigantesco: a Península Ibérica”.
Para Cláudio Torres, “os grandes movimentos de ideias nunca foram impostos pelas armas mas através dos comerciantes e mercadores”, sublinhando que “não é à paulada nem à espadeirada que se propagam ideologias”.

O que os “cacos” transmitem é que o cristianismo chegou à Península Ibérica “através dos escravos e dos pobres”, que tinham necessidade da promessa de um paraíso que os ajudasse a suportar “o vale de lágrimas da vida terrena”, resume o arqueólogo, descrevendo os acontecimentos provados: “O que sabemos hoje é que o mundo paleocristão chegou antes do Islão. Quando os muçulmanos chegaram à Península Ibérica já havia várias seitas cristãs monofisitas que não aceitavam a Santíssima Trindade, o grande cristianismo de Roma.”

Em Mértola, as escavações realizadas pelo CAM recuperaram uma boa quantidade de lápides com inscrições em grego e, pelo menos três delas, tinham o nome Eutiques, precisamente o fundador do movimento monofisita no século V d.C, que se opunha a Bizâncio. Um deles foi presbítero em Mértola, onde já foram descobertos vestígios de uma imponente basílica e de grandes batistérios. Neste momento, os arqueólogos estão a interpretar “uma igrejinha do século VI que estava debaixo da mesquita e por cima de um templo romano”, assinala Cláudio Torres.

(Público)

12 de novembro de 2015

Seminário Indústria, Património e Cultura, em Sines

O complexo industrial e portuário de Sines enquanto património histórico e cultural da região e do país vai estar em discussão num seminário a promover pelo COMSINES – Conselho das Comunidades de Sines, no dia 19 de novembro, no Centro de Artes de Sines. As inscrições para o seminário estão abertas, são gratuitas e podem ser feitas através dos contactos do Museu de Sines.

Intitulada “Seminário Indústria, Património e Cultura”, a iniciativa tem como objetivo lançar um debate sobre a relação entre estes três elementos na perspetiva de um território que apresenta um tecido industrial planeado e organizado que constitui um importante marco na história da indústria portuguesa.

Muitos dos elementos construídos a partir da década de 70 podem ser vistos já com um valor patrimonial, pois contam como nenhum outro a história de Sines do último quartel do século XX e a eles está associada uma memória coletiva ainda fresca, enraizada ainda em muitos dos participantes da sua génese.

Pretende-se que, a partir deste seminário e das boas práticas que nele serão apresentadas, se inicie um processo de inventariação dos elementos mais relevantes ou em perigo de desaparecimento, assim como da memória a eles associados, em que as empresas tenham um papel não só ativo mas até mesmo dinamizador e impulsionador de um processo de criação da sua própria imagem que perdurará para o futuro.

O projeto COMSINES – Conselho das Comunidades de Sines nasceu em 2014. Resulta de uma parceria entre a Associação das Indústrias da Petroquímica, Química e Refinação (AIPQR) e empresas e entidades administrativas e sociais localizadas na região de Sines. Visa a constituição de um painel permanente e organizado de diálogo e pretende em primeiro lugar promover o desenvolvimento sustentável, o bem-estar e a qualidade de vida da comunidade de Sines, com base numa relação de confiança recíproca entre indústria, entidades administrativas / sociais e população envolvente.

O seminário é organizado por um dos quatro grupos de trabalho do COMSINES, o Grupo de Trabalho “Património e Cultura”, coordenado pela Câmara Municipal de Sines.

As inscrições para o seminário são gratuitas e podem ser feitas através do email museu@mun-sines.pt ou do telefone 269 632 237, estando sujeitas ao número de lugares da sala. Apenas serão entregues diplomas de participação a quem se inscrever até ao dia 17 de novembro.

PROGRAMA

09h30: Receção dos participantes
10h00: Boas-vindas: Nuno Mascarenhas, Presidente da Câmara Municipal de Sines
10h10: Martinho Correia (Petrogal), Diretor Executivo do COMSINES (Conselho das Comunidades de Sines)
10h20: Ricardo Estevam Pereira (Museu de Sines), Coordenador do Grupo de Trabalho Património e Cultura do COMSINES
10h40: Ana Paula Amendoeira, Diretora Regional de Cultura do Alentejo
11h00: Pausa para café
11h30: Mónica Brito (Sines Tecnopolo): Aportar Sines – Turismo Industrial Sustentável
12h00: Deolinda Folgado (Direção Geral do Património Cultural)
12h45: Debate

13h00: Almoço
14h30: Jorge Custódio (Presidente da Direção da Associação Portuguesa de Arqueologia Industrial)
15h00: Leonor Medeiros (Universidade Nova de Lisboa)
15h30: Museu do Lousal
16h00: José Gameiro e António Pereira (Museu de Portimão)
16h30: Debate e encerramento

Visita ao complexo industrial

9 de novembro de 2015

S.Martinho no Fluviário de Mora

O Fluviário de Mora também comemora o S. Martinho e vai assinalar o dia com a atividade "Bolota, A Castanha do Alentejo", uma vez que no concelho de Mora existem cerca de 30.000ha de área florestal, - um dos concelhos com maior densidade florestal a sul do Tejo e o quinto do país – sendo maioritariamente constituídas por sobro e azinho. 
A exceção é a Mata Nacional de Cabeção, uma das maiores matas de pinheiro manso do Alentejo.

Deste modo, de 7 a 11 de novembro, o Fluviário de Mora presta o seu contributo para dar a conhecer uma das maiores riquezas do país e que urge preservar - o montado de sobro e de azinho, e as tradições a ele associadas, disponibilizando informações na Sala de Aula para todos os visitantes.

No dia 10 de novembro, visite o fluviário e prepare-se para as famosas quadras escritas nas paredes da vila, sem falar das castanhas e água-pé. Pode também visitar os monumentos megalíticos de Pavia e a Casa Museu Manuel Ribeiro de Pavia ou assistir ao lançamento do livro "Coisas do meu Pensar" de Antónia Picão.
O Fluviário de Mora disponibilizará a todos os visitantes receitas onde a bolota é rainha.
(Tribuna do Alentejo)

5 de novembro de 2015

Balões voltam ao norte alentejano









De 8 a 15 de novembro, 35 equipas de vários países europeus vão colorir os céus alentejanos com balões de ar quente. Alter do Chão e Fronteira serão as localidades anfitriãs do festival.

Organizado pela Publibalão, em cooperação com o Alentejo sem Fronteiras – Clube de Balonismo, o Festival Internacional Rubis Gás Balões de Ar Quente regressa pelo 19º ano consecutivo ao norte alentejano.

Como conta a organização em comunicado enviado às redações, a programação é inaugurada dia 8 com o check-in das equipas participantes. Os voos gratuitos em balão de ar quente abertos a passageiros decorrerão de 9 a 14 de novembro. Para assuntos relacionados com voos, a organização avisa que deve contactar via mensagem de Facebook.

Nesta edição, o evento contará com a participação de 35 equipas de Portugal, Espanha, França, Bélgica, Reino Unido, Holanda e Alemanha.

Os objetivos primordiais do festival, como Aníbal Soares, piloto profissional, sócio-gerente da Publibalão e organizador do evento, explica passam pela “promoção da prática do balonismo em Portugal, pelo reforço da aposta no impacto do festival nas localidades aderentes e, naturalmente, o aumento do retorno mediático para patrocinadores e parceiros”, conclui.

(ANASR)

2 de novembro de 2015

“Évora Embora Évora”

Igreja de S. Vicente 
segunda a sexta-feira 10:00-12:00 e 14:00-19:00
De 10 outubro a 01 novembro
Localização:Igreja de São Vicente e Barda Moeda (R. da Moeda)

​Esta exposição consta de três séries de quadros pintado a óleo e outras técnicas, cujo tema central é Évora. A primeira série intitula-se "Évora Ruas e Recantos" de género realista naturalista destacando a luz e a beleza arquitectónica que a própria Évora inspira ao autor.
A segunda série é "Embora Évora Aquática", que é na ordem cronológica a primeira idealizada pelo autor, sobre uma Évora submersa, baixo o mar, uma évora por onde migram as baleias e onde pairam violas campaniças ao pé de um dos pináculos da Sé Catedral. A terceira é a "Évora Onírica", onde outros lugares da própria Évora se retorcem e transformam, aparecem e desaparecem sem aparente lógica.

(Município de Évora)

31 de outubro de 2015

Tapeçarias de Portalegre candidatas a Património da Humanidade

As Tapeçarias de Portalegre vão ser candidatas, em 2017, a Património Mundial, pela UNESCO. 

A candidatura vai ser elaborada pela Câmara Municipal de Portalegre, Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo e pela Manufactura de Tapeçarias de Portalegre.

Segundo Adelaide Teixeira, presidente do Município, a candidatura vai ser coordenada por Paulo Lima, especialista responsável por outros processos idênticos, como o do cante alentejano, Festas do Povo de Campo Maior e a Arte Chocalheira.

Foto:
Ave do paraíso de  Joana Vasconcelos
Manufactura de Tapeçarias de Portalegre

(Porto dos Museus)

29 de outubro de 2015

Museu da Lucerna organiza Symposivm “Arqueologia Romana nas Rotas do Turismo do Baixo Alentejo”

Nos dias 6, 7 e 8 de novembro, o Museu da Lucerna, em colaboração com a Câmara Municipal de Castro Verde, organiza o simpósio “Arqueologia Romana nas Rotas do Turismo do Baixo Alentejo” que terá como objetivos debater os diversos aspetos relacionados com esta cultura.

A sessão inaugural está agendada para as 10h30, no Museu da Lucerna e contará com a participação da Câmara Municipal de Castro Verde, da Direção Regional da Cultura do Alentejo e da Turismo do Alentejo e Ribatejo, ERT.

Inscrições: museulucerna1@sapo.pt

(Porto dos Museus)