14 de agosto de 2014
13 de agosto de 2014
12ª Congresso da BAD, é em Évora
A BAD – Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas organiza o 12º Congresso Nacional de Bibliotecários Arquivistas e Documentalistas, de 21 a 23 de Outubro de 2015, subordinado ao tema “Ligar. Transformar. Criar valor”. Será desta vez no sul de Portugal, na lindíssima e monumental cidade de Évora, que em 1986 foi declarada pela UNESCO Património da Humanidade.
12 de agosto de 2014
11 de agosto de 2014
10 de agosto de 2014
O Benfica ganhou a Taça Cândido Oliveira. Sabe quem era este alentejano ?
Natural de Fronteira (Portalegre) — 25 de Setembro de 1897 a 23 de Junho de 1958 Cândido nasceu numa terra onde o pão se amassa(va) com lágrimas.
E o trigo já tinha sabor a fogo. Ou a sangue. Em Fronteira. No Alentejo. Era o último de 10 irmãos de uma família de poucos teres. Por isso o levaram, pequenino, para a Casa Pia. Em Belém, se deu asas ao sonho do futebol que descobrira nas ruelas da aldeia com bolas de trapos, descobriu, também, que a vida só poderia ter sentido com solidariedade. Com coração. Sempre. Pequenino, revelou-se logo
de uma inteligência do tamanho da sua sensibilidade. E com um ardor
físico ao nível de ambas. Da equipa do colégio saltou, naturalmente, para o Benfica. Pela mão de Cosme Damião, o casapiano que se tornara seu ídolo. Jogou futebol com muito brilho, ganhou campeonatos de luta grecoromana.
Mas Cândido nunca foi capaz de ceder ao seu sentimentalismo. Quando, em 1919, um grupo de casapianos que se aconchavara no Benfica decidiu formar o Casa Pia Atlético Clube, não teve dúvidas: mudou de camisola. Ribeiro dos Reis e Vítor Gonçalves (esse mesmo, o pai de Vasco, que no PREC haveria de ficar famoso...) resistiram e continuaram de águia ao peito. Apenas com ligação sentimental ao Casa Pia. E com as quotas sempre em dia. Foi com a camisola dos gansos que Cândido de Oliveira jogou na primeira Selecção Nacional. Contra a Espanha. Em 1921. Era magnético o seu carisma. Por isso, sem surpresa o escolheram para capitão da equipa das quinas...
Nesse comenos era funcionário superior dos Correios. Para onde entrara em 1915, com 19 anos. E também era o redactor principal do jornal Vitória, um dos primeiros periódicos desportivos editados em Portugal. Não muito depois passaria a redactor de O Século e de outros jornais que foram morrendo, entretanto, como o Football e Os Sports. Não era apenas um homem dos futebóis. Era um homem de cultura e de solidariedade no futebol.
E na vida. Sempre com um aguçado instinto de reportagem e de crítica de injustiças. Com dignidade. Um dia, em Abril de 1925, em O Século mandaram-no fazer a cobertura das acções de preparação e de estratégia das tropas governamentais. Foi e fez o trabalho com a perícia costumeira. A reportagem ficou no tinteiro, mas Cândido saberia, não muito depois, que as informações que recolhera tinham sido transmitidas ao pormenor aos revoltosos precursores do 28 de Maio! Demitiu-se do jornal, como protesto pelo abuso de que tinha sido vítima. Conspirara contra a democracia sem o saber, porque alguém lhe transformara a profissão em espionagem. Só voltou à Redacção quando percebeu que o jornal se democratizara. Na medida do possível...
Era homem a quem não faltava tempo. Trabalhava, treinava-se, cultivava-se. E nunca perdia o sentido da acção social. E política.
Em Abril de 1942 foi preso pela PIDE. Estava em casa. Tocaram. Entraram. Eram os torcionários riscando-lhe a noite de mágoa. Espancaram-no ferozmente e foi de boca a sangrar, o corpo amachucado, os dentes partidos, que ele embarcou para Cabo Verde, a caminho do Tarrafal. Desse dia trágico da prisão na sua casa na Rua do Forno do Tijolo nasceria a suspeita que perduraria anos a fio — e, decerto, perdurará — de que fora António Roquette, seu companheiro na Casa Pia e guarda-redes da Selecção Nacional, reconhecido agente da PIDE, que o esmurrara assim impiedosamente. Maria Claudina Guerreiro Nunes, sobrinha de Cândido, refutaria, recentemente, essa tese, mas não conseguiu afastar todas as cortinas de fumo: «O meu tio gostava muito do Roquette, que era um rapaz muito pobre, mas também um guarda-redes muito bom. Protegeu-o muito, garantiu-lhe refeições, ajudou-o a vestir-se, enfim, era um protegido privilegiado que, no entanto, não se portou bem quando o Cândido foi preso. Talvez não tenha feito tudo o que poderia para o proteger e defender na prisão, embora reconheçamos que não era fácil fazê-lo. Mas bater-lhe não lhe bateu. Sabemos que, posteriormente, Roquette tentou uma aproximação, mas o meu tio recusou.»
Fora deportado porque, durante a II Grande Guerra, os serviços da Gestapo em Portugal descobriram que se estavam a lançar as sementes de uma organização antifascista, ligada aos serviços secretos ingleses, vocacionada para orientar a luta de guerrilha contra os alemães no caso de estes se apoderarem da Península Ibérica. Exigiram a Salazar a prisão dos seus cabecilhas. Cândido era um deles. O principal. Pagou por isso na frigideira da morte. Sobre o Tarrafal escreveria um livro que talvez seja a denúncia mais arrepiante dos massacres no Pântano da Morte.
Logo que a sorte das armas se virou, após a decisiva derrota sofrida pelos alemães em Estalinegrado, Salazar apercebeu-se de que a causa alemã estava perdida e, prudentemente, foi-se aproximando dos Aliados. Estrategicamente, mandou libertar Cândido de Oliveira e todos os outros elementos do seu grupo. A 28 de Maio de 1944, para além da ordem de soltura, os governantes ofereciam a Cândido de Oliveira a sua reintegração como subinspector dos CTT. Mas Cândido, por uma questão de honra, recusou...
(in A Bola)
E o trigo já tinha sabor a fogo. Ou a sangue. Em Fronteira. No Alentejo. Era o último de 10 irmãos de uma família de poucos teres. Por isso o levaram, pequenino, para a Casa Pia. Em Belém, se deu asas ao sonho do futebol que descobrira nas ruelas da aldeia com bolas de trapos, descobriu, também, que a vida só poderia ter sentido com solidariedade. Com coração. Sempre. Pequenino, revelou-se logo
de uma inteligência do tamanho da sua sensibilidade. E com um ardor
físico ao nível de ambas. Da equipa do colégio saltou, naturalmente, para o Benfica. Pela mão de Cosme Damião, o casapiano que se tornara seu ídolo. Jogou futebol com muito brilho, ganhou campeonatos de luta grecoromana.
Mas Cândido nunca foi capaz de ceder ao seu sentimentalismo. Quando, em 1919, um grupo de casapianos que se aconchavara no Benfica decidiu formar o Casa Pia Atlético Clube, não teve dúvidas: mudou de camisola. Ribeiro dos Reis e Vítor Gonçalves (esse mesmo, o pai de Vasco, que no PREC haveria de ficar famoso...) resistiram e continuaram de águia ao peito. Apenas com ligação sentimental ao Casa Pia. E com as quotas sempre em dia. Foi com a camisola dos gansos que Cândido de Oliveira jogou na primeira Selecção Nacional. Contra a Espanha. Em 1921. Era magnético o seu carisma. Por isso, sem surpresa o escolheram para capitão da equipa das quinas...
Nesse comenos era funcionário superior dos Correios. Para onde entrara em 1915, com 19 anos. E também era o redactor principal do jornal Vitória, um dos primeiros periódicos desportivos editados em Portugal. Não muito depois passaria a redactor de O Século e de outros jornais que foram morrendo, entretanto, como o Football e Os Sports. Não era apenas um homem dos futebóis. Era um homem de cultura e de solidariedade no futebol.
E na vida. Sempre com um aguçado instinto de reportagem e de crítica de injustiças. Com dignidade. Um dia, em Abril de 1925, em O Século mandaram-no fazer a cobertura das acções de preparação e de estratégia das tropas governamentais. Foi e fez o trabalho com a perícia costumeira. A reportagem ficou no tinteiro, mas Cândido saberia, não muito depois, que as informações que recolhera tinham sido transmitidas ao pormenor aos revoltosos precursores do 28 de Maio! Demitiu-se do jornal, como protesto pelo abuso de que tinha sido vítima. Conspirara contra a democracia sem o saber, porque alguém lhe transformara a profissão em espionagem. Só voltou à Redacção quando percebeu que o jornal se democratizara. Na medida do possível...
Era homem a quem não faltava tempo. Trabalhava, treinava-se, cultivava-se. E nunca perdia o sentido da acção social. E política.
Em Abril de 1942 foi preso pela PIDE. Estava em casa. Tocaram. Entraram. Eram os torcionários riscando-lhe a noite de mágoa. Espancaram-no ferozmente e foi de boca a sangrar, o corpo amachucado, os dentes partidos, que ele embarcou para Cabo Verde, a caminho do Tarrafal. Desse dia trágico da prisão na sua casa na Rua do Forno do Tijolo nasceria a suspeita que perduraria anos a fio — e, decerto, perdurará — de que fora António Roquette, seu companheiro na Casa Pia e guarda-redes da Selecção Nacional, reconhecido agente da PIDE, que o esmurrara assim impiedosamente. Maria Claudina Guerreiro Nunes, sobrinha de Cândido, refutaria, recentemente, essa tese, mas não conseguiu afastar todas as cortinas de fumo: «O meu tio gostava muito do Roquette, que era um rapaz muito pobre, mas também um guarda-redes muito bom. Protegeu-o muito, garantiu-lhe refeições, ajudou-o a vestir-se, enfim, era um protegido privilegiado que, no entanto, não se portou bem quando o Cândido foi preso. Talvez não tenha feito tudo o que poderia para o proteger e defender na prisão, embora reconheçamos que não era fácil fazê-lo. Mas bater-lhe não lhe bateu. Sabemos que, posteriormente, Roquette tentou uma aproximação, mas o meu tio recusou.»
Fora deportado porque, durante a II Grande Guerra, os serviços da Gestapo em Portugal descobriram que se estavam a lançar as sementes de uma organização antifascista, ligada aos serviços secretos ingleses, vocacionada para orientar a luta de guerrilha contra os alemães no caso de estes se apoderarem da Península Ibérica. Exigiram a Salazar a prisão dos seus cabecilhas. Cândido era um deles. O principal. Pagou por isso na frigideira da morte. Sobre o Tarrafal escreveria um livro que talvez seja a denúncia mais arrepiante dos massacres no Pântano da Morte.
Logo que a sorte das armas se virou, após a decisiva derrota sofrida pelos alemães em Estalinegrado, Salazar apercebeu-se de que a causa alemã estava perdida e, prudentemente, foi-se aproximando dos Aliados. Estrategicamente, mandou libertar Cândido de Oliveira e todos os outros elementos do seu grupo. A 28 de Maio de 1944, para além da ordem de soltura, os governantes ofereciam a Cândido de Oliveira a sua reintegração como subinspector dos CTT. Mas Cândido, por uma questão de honra, recusou...
(in A Bola)
9 de agosto de 2014
Reguengos - Turismo rural em debate
O Turismo do Alentejo vai organizar, de 30 a 31 de Outubro, uma Conferência Internacional de Turismo Rural, no Pavilhão Multiusos de Reguengos de Monsaraz.
A iniciativa tem como objectivo apresentar boas práticas a nível europeu, debater a actualidade à escala nacional e regional e fomentar o trabalho em rede, comercialização, promoção e comunicação.
Entre os principais temas a debater na conferência salientam-se a “Estruturação do produto e políticas de desenvolvimento”; “Marca e Comunicação: Que posicionamento para o Turismo Rural?”; “Distribuição e Comercialização: Novas necessidades, Novas respostas”; “Internacionalização do Turismo Rural e Promoção Integrada”.
(in Publituris)
A iniciativa tem como objectivo apresentar boas práticas a nível europeu, debater a actualidade à escala nacional e regional e fomentar o trabalho em rede, comercialização, promoção e comunicação.
Entre os principais temas a debater na conferência salientam-se a “Estruturação do produto e políticas de desenvolvimento”; “Marca e Comunicação: Que posicionamento para o Turismo Rural?”; “Distribuição e Comercialização: Novas necessidades, Novas respostas”; “Internacionalização do Turismo Rural e Promoção Integrada”.
(in Publituris)
8 de agosto de 2014
Finalmente uma anedota...
Durante escavações recentes nos EUA, os arqueólogos descobriram, a 100 metros de profundidade, vestígios de fios de cobre que datavam do ano 1.000. Os americanos concluíram que os seus antepassados já dispunham de uma rede telefónica desde aquela época.
Entretanto os espanhóis escavaram também o seu subsolo, encontrando
restos de fibras ópticas a 200 metros de profundidade. Após minuciosas
análises, concluíram que elas tinham cerca de 2.000 anos de idade, divulgando triunfantes, que os seus antepassados já dispunham de uma rede digital à base de fibra óptica quando Jesus nasceu!
Uma semana depois, em Borba, no semanário local, foi publicada a seguinte notícia:
"Após inúmeras escavações arqueológicas no subsolo de Borba, Beja, Évora, Moura, Estremoz e Redondo, entre outras localidades alentejanas, até uma profundidade de 5000 m, os cientistas alentejanos não encontraram absolutamente nada. Assim se conclui que os antigos habitantes daquela região alentejana já dispunham, há 5.000 anos atrás, de uma rede de comunicações sem-fios, vulgarmente conhecida, hoje em dia, pela designação de "Wireless".
(Alentejo - sempre na vanguarda)
Entretanto os espanhóis escavaram também o seu subsolo, encontrando
restos de fibras ópticas a 200 metros de profundidade. Após minuciosas
análises, concluíram que elas tinham cerca de 2.000 anos de idade, divulgando triunfantes, que os seus antepassados já dispunham de uma rede digital à base de fibra óptica quando Jesus nasceu!
Uma semana depois, em Borba, no semanário local, foi publicada a seguinte notícia:
"Após inúmeras escavações arqueológicas no subsolo de Borba, Beja, Évora, Moura, Estremoz e Redondo, entre outras localidades alentejanas, até uma profundidade de 5000 m, os cientistas alentejanos não encontraram absolutamente nada. Assim se conclui que os antigos habitantes daquela região alentejana já dispunham, há 5.000 anos atrás, de uma rede de comunicações sem-fios, vulgarmente conhecida, hoje em dia, pela designação de "Wireless".
(Alentejo - sempre na vanguarda)
7 de agosto de 2014
Música tão antiga quanto a Água Castelo de Pisões - Moura
Alfredo Keil (1850-1907), homem original e talentoso, é conhecido por ter composto a música de A Portuguesa, que a República viria a adotar como hino nacional. Mas os seus interesses estenderam-se à pintura e à poesia. Por encomenda da Água Castello compôs uma valsa, dedicada a Sallúquia, a bella moura.
Ouvi a composição pela primeira vez em 2009. Pensei que um dia a Câmara de Moura a haveria de editar. Chegou a hora de dar passos nesse sentido. Foi há dias feita a gravação, com a ajuda do meu colega Joaquim Simões, e com a participação de um pianista talentoso e de boa vontade, o Prof. Mauro Dilema.
Na feira de maio de 2015, o CD estará à disposição de todos. Será mais um pequeno passo na promoção da nossa terra. Pequeno, decerto, mas não menos importante, até pela carga simbólica e afetiva que uma tal edição comporta.
Ouvi a composição pela primeira vez em 2009. Pensei que um dia a Câmara de Moura a haveria de editar. Chegou a hora de dar passos nesse sentido. Foi há dias feita a gravação, com a ajuda do meu colega Joaquim Simões, e com a participação de um pianista talentoso e de boa vontade, o Prof. Mauro Dilema.
Na feira de maio de 2015, o CD estará à disposição de todos. Será mais um pequeno passo na promoção da nossa terra. Pequeno, decerto, mas não menos importante, até pela carga simbólica e afetiva que uma tal edição comporta.
Santiago Macias (Presidente do Município de Moura)
6 de agosto de 2014
5 de agosto de 2014
4 de agosto de 2014
3 de agosto de 2014
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