23 de abril de 2013

Lançamento de "Cultura a Sul" em Estremoz

Estremoz
25 de abril, quinta feira
16h00, Sociedade de Artistas Estremocenses

Hugo Guerreiro
Diretor do Museu Municipal de Estremoz

João Proença
Presidente da Casa do Alentejo

Armando Alves
Artista plástico

António Murteira
Autor

22 de abril de 2013

A Flor do Sonho...



A Flor do Sonho, alvíssima, divina, 
Miraculosamente abriu em mim, 
Como se uma magnólia de cetim 
Fosse florir num muro todo em ruína. 

Pende em meu seio a haste branda e fina 
E não posso entender como é que, enfim, 
Essa tão rara flor abriu assim! ... 
Milagre ... fantasia ... ou, talvez, sina ... 

Ó Flor que em mim nasceste sem abrolhos, 
Que tem que sejam tristes os meus olhos 
Se eles são tristes pelo amor de ti?! ... 

Desde que em mim nasceste em noite calma, 
Voou ao longe a asa da minha’alma 
E nunca, nunca mais eu me entendi ... 

Florbela Espanca, in "Livro de Mágoas"

Festival Safira 2013


Foi assim no ano passado. Este ano será ainda melhor...
Em Safira, Montemor-O-Novo.

Bonecos de Sto. Aleixo em Arcos - Estremoz

Irá decorrer no próximo dia 24 de abril, pelas 21h30, no Salão da Junta de Freguesia de Arcos, um espetáculo com os “Bonecos de Santo Aleixo”, apresentados pelo Grupo de S. Bento do Cortiço e com a atuação do Grupo de Dança Renascer de Arcos.

Durante o espetáculo será sorteado um quadro para angariação de fundos destinados à aquisição de uma cadeira de rodas para o posto médico de Arcos.

Esta iniciativa é uma organização da Junta de Freguesia de Arcos com o apoio da Câmara Municipal de Estremoz.

8º Encontro da Primavera...


Porto de Sines em alta...


Com 28,6 milhões de toneladas movimentadas em 2012, o Porto de Sines entra pela primeira vez no top dos 25 maiores portos europeus.

19 de abril de 2013

Ovibeja 2013

OVIBEJA 2013


Uma grande feira...

Um grande programa...



24 de Abril
Virgem Suta e António Zambujo

25 de Abril
Xutos e pontapés

26 de Abril
Buraka Som Sistema

27 de Abril
The Gift

17 de abril de 2013

Alma Alentejana comemora 17 aninhos...


Homenagem a Cláudio Torres

19 de Abril
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

20 de Abril
Campo Arqueológico de Mértola
Associação de Defesa do Património de Mértola

Esta homenagem a Cláudio Torres é um projecto que tínhamos há muito tempo, ao qual veio unir-se, o Hermenegildo Fernandes da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Luís Filipe Oliveira da Universidade do Algarve, Filomena Barros e Fernando Branco da Universidade de Évora e, claro está o pessoal todo do CAM e da ADPM. A Homenagem terá dois momentos e uma publicação.

Uma primeira sessão terá lugar na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa no dia 19 de Abril de 2013, com um carácter mais académico, orientado para a história e a arqueologia. Trata-se de uma mesa redonda intitulada “O Mediterrâneo Islâmico e Medieval: balanço e novas perspectivas” na qual já confirmaram a sua participação António Borges Coelho, José Luís de Matos, Christophe Picard, Jorge Barroca, Alexandre Alves Costa, Santiago Macias, Isabel Cristina Fernandes e Maria Cardeira da Silva. O almoço será livre na cantina da Faculdade.

O segundo momento terá lugar em Mértola, no dia 20 de Abril de 2013, na sede da ADPM, e estará mais orientado para o papel do Cláudio nas áreas do património, o desenvolvimento e o mundo rural. Esta segunda mesa redonda, intitulada “Desenvolvimento, Património e Mundo Rural” conta com a participação confirmada de Camilo Mortágua, Fernando de Oliveira Batista, João Guerreiro e Ana Paula Amendoeira.

Posteriormente, queremos elaborar uma monografia ecléctica, de homenagem ao Cláudio, para publicar em 2014. De temática livre, os originais deverão ter uma extensão aproximada entre as 5 e as 10 páginas. Sendo um volume dedicado ao Cláudio, deveremos elaborar contributos arrojados que, como ele, marquem a diferença. Ainda não temos financiamento para esta publicação, mas tentaremos ensaiar soluções igualmente arrojadas. Precisamos urgentemente de passar a palavra a todos aqueles que possam vir a estar interessados em participar nesta Homenagem, pelo que agradeceríamos a divulgação desta nossa iniciativa.

Luis Piçarra, alentejano de Moura

Nascido em Moura, Alentejo na véspera de São João, em 1917, a relação de Luís Piçarra com Carcavelos, começa quando seu pai, Luíz da Costa de Aguilar Piçarra, de uma família de grandes proprietários alentejanos, compra em 1934, as Quintas das Palmeiras e das Forras, a Maria da Conceição de Pinho, viúva de Emídio Augusto Pimentel de Figueiredo. É então que Luís conhece Maria da Conceição Ramil de Figueiredo- Masita - , neta dos antigos proprietários, com quem viria a casar em 1941.

O futuro tenor, frequentava na altura o 1º ano de Arquitectura da Escola de Belas Artes de Lisboa, mas já a sua atracção pelo canto começava a ser mais forte. Começou por ter aulas com o barítono D. Fernando de Almeida e, mais tarde com a cantora lírica Hermínia de Alagarim, estreando-se em público, num concerto na Academia dos Amadores de Música em que participaram alunos desta professora, onde cantou uma selecção de árias do “ Barbeiro de Sevilha”. A esse propósito Luís de Freitas Branco escreveu no “O Século”: “ Rossini teria encontrado no nosso compatriota a voz modelada e maleável com que sonhou quando escreveu a difícil partitura”. Embora tenha frequentado ainda durante mais dois anos as Belas Artes, Luís Piçarra acaba por se dedicar inteiramente como profissional à sua vocação.

Começa assim uma carreira que o levou às sete partidas do mundo, Brasil, Argentina, Egipto, Líbano, Grécia, Itália, Espanha, Suiça, França, Moçambique, África do Sul , Angola...dando centenas de concertos, passando pelo teatro ( ópera e, sobretudo, dezenas de operetas e revistas), pelo cinema (como entre outros o filme “Pão Nosso” de Armando de Miranda), em que interpretou pela primeira vez “ O meu Alentejo”.
Em Portugal foi actuando ao longo de toda a sua carreira pela maior parte das salas de espectáculo do país.

Gravou, por esse mundo fora várias centenas de discos, obras de vários géneros, como ," Fiandeira", “Granada”, “Amor é Lume”,( da ópera "Salúquia" ,de João Camilo) “Santa Maria dos Mares”, “Colorado”," Pourquoi me reveiller", "L´Amour est si près de la peine", "Copacabana", "Questa o quella", “Avril au Portugal” ( versão francesa de “Coimbra “ de Raúl Ferrão), "Una furtiva lacrima", "Aguarela do Brasil" e muitos mais, sem esqueçer o "Ser benfiquista" , claro...

Em Paris actua com Edit Piaff, em 1950 no show ”This is Europe”, transmitido pela ECA ,em cadeia para emissores de todo o mundo. Em Novembro de 1950 , fixa-se em Paris, onde interpreta o principal papel na opereta “Colorado” no teatro municipal “Gaitè Lyrique”, na altura o mais famoso teatro de opereta da capital Francesa. Curiosamente, foi editado em França em 2005, um CD intitulado “La Grande Époque de l`Opérette” no qual, uma das faixas reproduz “ Colorado”, a marcha de abertura da opereta do mesmo nome, cantada pelo cantor português. Nos períodos que está em Portugal, embora tenha a sua casa no Príncipe Real em Lisboa, passa largas temporadas com a família, em casa dos sogros, na Rua Manuel de Arriaga, 46, que pertencendo já à freguesia da Parede, fica na prática em Carcavelos. Aí vivem, com os avós maternos os seus dois filhos , quando os pais se ausentam para o estrangeiro, excepto durante o período em que a família viveu na casa de Paris. Nos finais da década de 50 , Luís Piçarra manda construir uma casa em Carcavelos , projecto seu, nos Lombos, R. Eduardo Maria Rodrigues, onde a família passa a residir. Em 1968, numa altura em que cumpria um contrato em Luanda faleceu Masita, que ficara dessa vez em Carcavelos, de doença súbita, apenas com 48 anos.

Depois de uma curta estadia , Luís “ refugia-se” em Luanda tentando esquecer. Aí desempenha o papel de director do Centro de Preparação de Artistas da Rádio e é professor de canto teatral na Academia de Música durante alguns anos. Casa pela segunda vez em 1972 com Maria Beatriz Navarro y Rosa. Em 1975 regressa a Portugal. Doente, acaba por perder a voz. Entretanto ainda publica um livro de memórias e escreve e compõe uma opereta , inspirada no “Mário” de Silva Gayo, que nunca chega a ser posta em cena.

Em 1985, recebe a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique. Faleceu em 1999, em Lisboa , de cancro. Seus filhos, netos e um bisneto, bem como os familiares mais chegados de sua mulher ainda residem Carcavelos.
Em 2004, foi dado o seu nome a uma das novas ruas da Quinta do Barão.

Mário Catarrunas