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12 de outubro de 2019

Cláudio Torres biografado aos 80 anos





O livro Uma Vida com História: Cláudio Torres, da autoria de Eduardo M. Raposo, será apresentado dia 17 de outubro, pelas 17h30, na Galeria de Exposições da Casa de Burgos (R. de Burgos, 5), em Évora, uma iniciativa organizada pela Direção Regional de Cultura do Alentejo e CEDA – Centro de Estudos Documentais do Alentejo.

Esta obra, da edições Afrontamento, foi lançada no Centro Arqueológico Islâmico, em Mértola, no passado dia 11 de maio, com a apresentação a cargo de João Guerreiro, antigo reitor da Universidade do Algarve. Estruturada em três partes, tem como base as conversas/entrevistas ao biografado e a seus familiares mais próximos, bem como 25 depoimentos escritos, de extraordinária riqueza.

Publicado no ano em que o Diretor do Campo Arqueológico de Mértola (CAM) completou o seu 80.º aniversário, o livro apresenta uma sólida cronologia biográfica, uma biografia de Cláudio Torres e sobre Cáudio Torres, bem como fotos desde 1940 até ao século XXI. Reúne assim os testemunhos de muitas pessoas que, ao longo de décadas, lidaram de perto com o arqueólogo português agora biografado.

(DRC Alentejo)

16 de novembro de 2015

Papa Francisco premeia 40 anos de trabalho do Campo Arqueológico de Mértola

O trabalho desenvolvido ao longo dos últimos 40 anos pelo Campo Arqueológico de Mértola (CAM) acaba de ser reconhecido pela Cúria Romana com a atribuição do prémio das Academias Pontifícias do Vaticano, este ano dedicado aos primeiros séculos do Cristianismo.

Durante a sessão pública das Academias Pontifícias, realizada na terça-feira no Vaticano, o arqueólogo Cláudio Torres, director do CAM, foi surpreendido com uma mensagem enviada aos participantes no encontro pelo Papa Francisco onde este diz: “Apraz-me entregar o prémio das Academias Pontifícias à associação portuguesa Campo Arqueológico de Mértola pelas campanhas arqueológicas conduzidas nos últimos anos e pelos extraordinários resultados obtidos”, acrescentando ainda que pretende “encorajar e apoiar” os que se comprometem na “pesquisa histórico-arqueológica e relativa aos mártires”.

Cláudio Torres, agnóstico confesso, não encara a atribuição do prémio como uma contradição como alguns possam presumir, mas antes como “uma motivação extra” para os estudiosos da arqueologia. Nas declarações que prestou ao PÚBLICO, o director do CAM destacou o “conhecimento profundo e a inteligência” dos representantes do Vaticano com quem trocou informações quando estes se deslocaram a Mértola para se inteirarem da dimensão do trabalho realizado pelos investigadores portugueses.

Contradição, acrescenta Cláudio Torres, existe apenas na história escrita. Em vez de encontrarem vestígios de “cavalos e camelos que teriam invadido a Península Ibérica” durante a pretensa invasão “árabe” vinda do norte de África, “demos com abundantes sinais de “comunidades cristãs bem enraizadas”. Do Islão, nada.

A ideia clássica que prevalece na história oficial de que a Península Ibérica “teve ocupação islâmica através de uma grande invasão não está provada” garante o arqueólogo, frisando que após décadas de escavações e estudos profundos “não há provas de tal invasão”.

A questão é outra, acentua: “A igreja cristã precisava de justificar a derrota perante o Islão” efabulando sobre uma colossal invasão de infiéis. “E do outro lado (do Islão) passou-se precisamente a mesma coisa”. Disseminaram a ideia de que “meia dúzia de guerreiros seus tinham ocupado um país gigantesco: a Península Ibérica”.
Para Cláudio Torres, “os grandes movimentos de ideias nunca foram impostos pelas armas mas através dos comerciantes e mercadores”, sublinhando que “não é à paulada nem à espadeirada que se propagam ideologias”.

O que os “cacos” transmitem é que o cristianismo chegou à Península Ibérica “através dos escravos e dos pobres”, que tinham necessidade da promessa de um paraíso que os ajudasse a suportar “o vale de lágrimas da vida terrena”, resume o arqueólogo, descrevendo os acontecimentos provados: “O que sabemos hoje é que o mundo paleocristão chegou antes do Islão. Quando os muçulmanos chegaram à Península Ibérica já havia várias seitas cristãs monofisitas que não aceitavam a Santíssima Trindade, o grande cristianismo de Roma.”

Em Mértola, as escavações realizadas pelo CAM recuperaram uma boa quantidade de lápides com inscrições em grego e, pelo menos três delas, tinham o nome Eutiques, precisamente o fundador do movimento monofisita no século V d.C, que se opunha a Bizâncio. Um deles foi presbítero em Mértola, onde já foram descobertos vestígios de uma imponente basílica e de grandes batistérios. Neste momento, os arqueólogos estão a interpretar “uma igrejinha do século VI que estava debaixo da mesquita e por cima de um templo romano”, assinala Cláudio Torres.

(Público)

13 de janeiro de 2014

Mértola revela segundo batistério paleocristão

O puzzle do que se supõe ter sido um “complexo religioso”, no local que identificamos hoje como a alcáçova do castelo de Mértola, revelou recentemente uma nova peça, totalmente inesperada. Quando a equipa do Campo Arqueológico de Mértola (CAM), uma vez musealizado um primeiro espaço dedicado ao rito de iniciação cristão, pensava ter a sua conta de batistérios, eis que surge um segundo, a menos de 50 metros.
E, tudo indica, coexistente no tempo, ou seja, algures entre os finais do século V e meados do século VI. 
O “período paleocristão por excelência”, situa Cláudio Torres, diretor do centro de investigação, lembrando a vasta coleção de lápides epigrafadas, hoje visitáveis nas ruínas de uma basílica funerária deste período e que é um dos núcleos do chamado Museu de Mértola.
(Diário do Alentejo)

17 de abril de 2013

Homenagem a Cláudio Torres

19 de Abril
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

20 de Abril
Campo Arqueológico de Mértola
Associação de Defesa do Património de Mértola

Esta homenagem a Cláudio Torres é um projecto que tínhamos há muito tempo, ao qual veio unir-se, o Hermenegildo Fernandes da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Luís Filipe Oliveira da Universidade do Algarve, Filomena Barros e Fernando Branco da Universidade de Évora e, claro está o pessoal todo do CAM e da ADPM. A Homenagem terá dois momentos e uma publicação.

Uma primeira sessão terá lugar na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa no dia 19 de Abril de 2013, com um carácter mais académico, orientado para a história e a arqueologia. Trata-se de uma mesa redonda intitulada “O Mediterrâneo Islâmico e Medieval: balanço e novas perspectivas” na qual já confirmaram a sua participação António Borges Coelho, José Luís de Matos, Christophe Picard, Jorge Barroca, Alexandre Alves Costa, Santiago Macias, Isabel Cristina Fernandes e Maria Cardeira da Silva. O almoço será livre na cantina da Faculdade.

O segundo momento terá lugar em Mértola, no dia 20 de Abril de 2013, na sede da ADPM, e estará mais orientado para o papel do Cláudio nas áreas do património, o desenvolvimento e o mundo rural. Esta segunda mesa redonda, intitulada “Desenvolvimento, Património e Mundo Rural” conta com a participação confirmada de Camilo Mortágua, Fernando de Oliveira Batista, João Guerreiro e Ana Paula Amendoeira.

Posteriormente, queremos elaborar uma monografia ecléctica, de homenagem ao Cláudio, para publicar em 2014. De temática livre, os originais deverão ter uma extensão aproximada entre as 5 e as 10 páginas. Sendo um volume dedicado ao Cláudio, deveremos elaborar contributos arrojados que, como ele, marquem a diferença. Ainda não temos financiamento para esta publicação, mas tentaremos ensaiar soluções igualmente arrojadas. Precisamos urgentemente de passar a palavra a todos aqueles que possam vir a estar interessados em participar nesta Homenagem, pelo que agradeceríamos a divulgação desta nossa iniciativa.