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15 de dezembro de 2015

Mantas, teares e tapeçarias em Belver

Um museu dedicado às mantas e tapeçarias tradicionais produzidas em Belver, no concelho de Gavião, distrito de Portalegre, vai abrir no primeiro trimestre de 2016, disse à agência Lusa o presidente do município, José Pio.

O autarca explicou que a abertura do espaço museológico de Belver estava prevista para novembro deste ano, mas, devido a “um problema em termos de construção, a obra atrasou”.

Segundo José Pio, o projeto pretende “reavivar uma tradição bem típica” daquele concelho, no sentido de “cativar os mais novos” para aprenderem a produzir este tipo de peças. O museu, de acordo com o autarca, fica instalado num edifício onde funcionou uma antiga unidade de produção de mantas e tapetes, sendo “o espaço composto por uma parte museológica e por uma outra área para trabalhar as peças ao vivo”.

“É nossa intenção ter pessoas no museu a trabalhar ao vivo. Nós até estamos a ponderar a hipótese de concessionar o espaço a artesãos que queiram usufruir dele”, acrescentou o autarca.

(CMJornal)

5 de maio de 2013

Já abriu o Museu do Sabão em Belver !


Aproveitando a abundância das matérias-primas necessárias para a produção do sabão, a zona do Alto Alentejo, e particularmente a zona de Castelo Branco e concelhos limítrofes, tiveram desde a segunda metade do século XVI, decisiva importância na indústria saboeira nacional.

De tal modo, que as suas saboarias de Sabão Mole e Sabão de Pedra eram sobejamente conhecidas em todo o reino.
A produção de sabão assumiu inegável importância económica e social na vila de Belver. Nesta localidade foi instalada uma Real Fábrica de Sabão, que funcionou em regime de monopólio régio, da qual ainda hoje se encontram vestígios. Uma concessão régia dinamizou economicamente a freguesia de Belver e alguns trabalhadores de saboarias reais, aproveitando os conhecimentos adquiridos e a disponibilidade das principais matérias-primas, criaram as suas próprias indústrias artesanais quando este monopólio terminou em 1858.

Estas indústrias artesanais ou casas de Sabão Mole, como eram designadas, constituíam-se como pequenas produções de carácter estritamente familiar, passando de geração em geração. Após embalado em sacas próprias de sarja e serapilheira, o sabão era utilizado sobretudo em lavagem de roupas e tecidos. Transportado para fora do concelho em almocreves, que se deslocavam em burros, quando as distâncias eram maiores, o sabão mole era transportado pelo rio Tejo em barcadas.

A produção de sabão nestes moldes durou até à primeira metade do século XX, sendo durante várias décadas um elemento estruturante na economia da região de Belver. Dessa produção permanecem hoje somente registos orais dos descendentes dos últimos saboeiros.

A recuperação e transformação da antiga escola primária de Belver no Museu do Sabão pretendem criar um espaço de divulgação desconhecimentos adquiridos pelos nossos antepassados e homenagear a memória coletiva dos saboeiros de Belver.
(in Museu do Sabão)