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9 de setembro de 2017

Antestreia de ‘Al berto’, de Vicente Alves do Ó no Castelo de Sines

O Castelo de Sines recebe, dia 9 de setembro, às 21h30, a antestreia do filme “Al Berto”, de Vicente Alves do Ó.

Repleto da energia dos anos 70 e inspirado em factos reais, “Al Berto” surge no ano do 20.º aniversário da morte do poeta.

O filme está situado temporalmente no verão de 1975, que marcou o regresso de Al Berto, interpretado pelo ator Ricardo Teixeira, a Portugal, e também o momento em que trocou a pintura pela escrita.
Em Sines, o ambiente de tensão política, social e cultural que se seguiu à Revolução dos Cravos era ainda palpável. Foi neste período que Al Berto criou a sua própria editora e livraria, à qual deu o nome de “Tanto Mar”. Foi, também, a altura em que viveu uma intensa história de amor.

Al Berto (1948-1997) imortalizou a imagem do poeta rockstar que bebeu inspiração na música, na Beat Generation e nas suas viagens.
Passados vinte anos da sua morte, Al Berto continua a ser um poeta contemporâneo. Há quem o veja como um poeta quase marginalizado, enquanto outros não hesitam em descrevê-lo como um dos maiores vultos da poesia portuguesa do século XX.

A rebeldia que lhe era característica ainda está presente nos dias de hoje. Apesar da obra de Al Berto não constar no Plano Nacional de Leitura, alguns professores ousam apresentá-la aos alunos.
“Al Berto” foi produzido pela Ukbar Filmes com o apoio do ICA, da RTP e da Câmara Municipal de Sines.

A entrada para a sessão da antestreia no Castelo é gratuita e não necessita de reserva de bilhete.
A classificação etária é para maiores de 16 anos.
O filme tem a duração de 107 minutos.

(Antena Miróbriga)

11 de janeiro de 2014

Al Berto faria hoje anos...


Al Berto não nasceu no Alentejo, mas escolheu-o (Sines) para viver e como modo de vida. No aniversário do seu nascimento aqui fica este recado...
(nascido a 1948-01-11, falecido a 1997-06-13)

Recado 

ouve-me 
que o dia te seja limpo e 
a cada esquina de luz possas recolher 
alimento suficiente para a tua morte 
vai até onde ninguém te possa falar 
ou reconhecer - vai por esse campo 
de crateras extintas - vai por essa porta 
de água tão vasta quanto a noite 
deixa a árvore das cassiopeias cobrir-te 
e as loucas aveias que o ácido enferrujou 
erguerem-se na vertigem do voo - deixa 
que o outono traga os pássaros e as abelhas 
para pernoitarem na doçura 
do teu breve coração - ouve-me

21 de março de 2013

Recado


Recado


ouve-me
que o dia te seja limpo e
a cada esquina de luz possas recolher
alimento suficiente para a tua morte

vai até onde ninguém te possa falar
ou reconhecer -- vai por esse campo
de crateras extintas -- vai por essa porta
de água tão vasta quanto a noite

deixa a árvore das cassiopeias cobrir-te
e as loucas aveias que o ácido enferrujou
erguerem-se na vertigem do voo -- deixo
que o outono traga os pássaros e as abelhas
para pernoitarem na doçura
do teu breve coração -- ouve-me

que o dia te seja limpo
e para lá da pele constrói o arco de sal
a morada eterna -- o mar por onde fugirá
o etéreo visitante desta noite

não esqueças o navio carregado de lumes
de desejos em poeira -- não esqueças o ouro
o marfim -- os sessenta comprimidos letais
ao pequeno-almoço

Al Berto - Sines