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23 de agosto de 2020

Ponte de Sôr cria Centro Interpretativo José Luís Peixoto


O Turismo de Portugal deu parecer elegível à candidatura para a criação do Centro Interpretativo José Luís Peixoto, apresentada pelo Município de Ponte de Sor, em Portalegre, através da Junta de Freguesia de Galveias, que pretende criar ali uma Rota Literária de cariz interativo.

O projeto é da autoria e coordenação de Inês Florindo Lopes. O enquadramento tem como base a valorização dos recursos endógenos das regiões e o desenvolvimento de novos serviços turísticos. Já o investimento é de índole cultural, com o propósito de dinamizar turisticamente o território e por sua vez criar valor junto da comunidade local.

A Rota Literária de cariz interativo e dinâmico vai ser o convite para entrar e descobrir a Vila de Galveias, através das imagens e especificidades em forma de abordagens literárias, na busca do simbólico, do descritivo pelos conteúdos geográficos e pela criação de memórias de lugares.

(JN)

7 de setembro de 2014

Aldeia natal inspira José Luis Peixoto. Galveias nas bancas em Outubro...

O novo livro de José Luís Peixoto chama-se Galveias, em homenagem à localidade alentejana onde o escritor nasceu, há 40 anos, e pretende defender "a realidade do interior de Portugal, onde há problemas bastante graves".
Em declarações à Agência Lusa, o escritor, que celebrou na passada quinta-feira, 4, o 40º aniversário, falou pela primeira sobre o novo livro, que deverá ser lançado no mercado a 10 de Outubro com chancela da Quetzal, do Grupo Bertrand Círculo.

"Galveias é bastante especial para mim porque é a vila onde nasci, passei a minha infância e adolescência. Já tinha escrito alguns textos com esse título, mas agora trata-se de um romance" passado na vila alentejana do concelho de Ponte de Sôr, distrito de Portalegre.
José Luís Peixoto, cujo último romance data de 2010 - Livro, distinguido em 2013, em Itália, com o Prémio Libro d' Europa -, sublinhou que, embora exista uma referência pessoal muito forte pela ligação que tem à vila, não se trata de uma obra autobiográfica.
"Possui muitos elementos autobiográficos porque a maioria da acção se passa em Galveias, localidade das minhas memórias e experiências de infância, mas é um lugar multidimensional e é nesse aspecto que gostaria que fosse entendido", apontou.

Para o escritor, que não quis, para já, avançar o enredo, o mais importante do livro "é sublinhar o valor da ruralidade para a identidade da cultura de um país".
"Tenho dois filhos, um com 17 anos e outro com dez, e concluo que tive uma infância totalmente diferente da deles: vivi numa pequena localidade, que me proporcionou experiências especiais, pela proximidade da natureza e de privar com pessoas mais velhas. Isso foi uma vantagem e uma riqueza que eu quis celebrar neste livro", salientou.
O escritor quis prestar homenagem à vila e aos seus habitantes e, ao mesmo tempo, descrever "uma realidade que contém elementos importantíssimos da portugalidade que deve ser lembrada, afirmada e defendida".
"O interior do país sofre de problemas bastante graves, aos quais temos de prestar atenção e tentar reverter. Os habitantes dessas localidades mais pequenas, que enfrentam o desemprego e o envelhecimento da população, não têm instrumentos para o fazer sozinhos", sustentou o autor, que se estreou com o romance Morreste-me, em 2000.

Sobre esta localidade alentejana em particular, apontou que, em 40 anos, perdeu metade dos habitantes, passando de dois mil para os actuais mil.
Em Galveias, cuja acção decorre em 1984, José Luís Peixoto procura "fazer o retrato humano da vida de uma pequena vila, com uma teia de relações que formam o colectivo".
Questionado pela Lusa sobre se os habitantes poderão rever-se nos personagens do livro, o escritor disse que a obra "tem pessoas simbólicas e evoca uma realidade que se encontra um pouco por todo o país".
"Espero que as pessoas de Galveias sintam o livro como uma homenagem ao lugar, que tem o tamanho de um romance", considerou o autor de Nenhum Olhar, que recebeu o Prémio Literário José Saramago, em 2001.
Escritor, dramaturgo e poeta, José Luís Peixoto publicou, em 2012, Dentro do Segredo - Uma viagem na Coreia do Norte, na sequência de uma viagem àquele país asiático.
(Correio do Alentejo)

1 de julho de 2013

José Luis Peixoto ganha prémio Salerno

O escritor de Galveias / Ponte de Sor, acaba de ganhar o Prémio "Livro da Europa" para autores com menos de 40 anos:
"A quarantott’ore dalla sua conclusione, la prima edizione del Festival Salerno Letteratura ha consegnato, sul palco del Teatro Augusteo, nelle mani dello scrittore portoghese Josè Luìs Peixoto, il Premio Salerno Libro d’Europa, riservato al meglio della narrativa continentale under 40. Nato con l’intento di far conoscere al pubblico dei lettori nuove e importanti voci d’artista che fioriscono anche al di là delle mode e delle imposizioni del mercato, ha portato a Salerno cinque tra i più interessanti giovani narratori d’Europa, selezionati da una giuria tecnica: la francese Jakuta Alikavazovic, autrice di “La bionda e il bunker” (66th and 2nd), lo svizzero romancio Arno Camenisch, autore di “Dietro la stazione” (Keller), l’italiano Paolo Di Paolo, autore di “Mandami tanta vita” (Feltrinelli) finalista all’imminente premio Strega, il portoghese Jorge Luis Peixoto, autore di “Libro” (Einaudi) e la tedesca Judith Schalansky, autrice di “Lo splendore casuale delle meduse” (Nottetempo). Dopo avere letto i cinque romanzi due giurie – una composta da cinquanta lettori salernitani e l’altra formata da altrettanti “addetti ai lavori” (critici, intellettuali, giornalisti culturali, ecc. di tutta Italia) – hanno selezionato il supervincitore del Premio, l’autore lusitano. Per la cronaca va detto che lo scrittore portoghese aveva incassato i favori della giuria popolare, mentre la tedesca Schalansky aveva ottenuto il massimo dei voti dai critici ed addetti ai lavori."
(in LIRA TV)

8 de junho de 2013

Luta de Classes

Foto: Carlos Jesus
Não contem comigo para defender o elitismo cultural. Pelo contrário, contem comigo para rebentar cada detalhe do seu preconceito.

A cultura é usada como símbolo de status por alguns, alfinete de lapela, botão de punho. A raridade é condição indispensável desse exibicionismo. Só pertencendo a poucos se pode ostentar como diferenciadora. Essa coleção de símbolos é descrita com pronúncia mais ou menos afetada e tem o objetivo de definir socialmente quem a enumera.

Para esses indivíduos raros, a cultura é caracterizada por aqueles que a consomem. Assim, convém não haver misturas. Conheço melhor o mundo da leitura, por isso, tomo-o como exemplo: se, no início da madrugada, uma dessas mulheres que acorda cedo e faz limpeza em escritórios for vista a ler um determinado livro nos transportes públicos, os snobs que assistam a essa imagem são capazes de enjeitá-lo na hora. Começarão a definir essa obra como "leitura de empregadas de limpeza" (com muita probabilidade utilizarão um sinónimo mais depreciativo para descrevê-las).

Este exemplo aplica-se em qualquer outra área cultural que possa chegar a muita gente: música, cinema, televisão, etc. Aquilo que mais surpreende é que estes "argumentos", esta forma de falar e de pensar seja utilizada em meios supostamente culturais por indivíduos supostamente cultos, e só em escassas ocasiões é denunciada como discriminadora do ponto de vista sexual ou social.

Isso são livros de gaja, dizem eles. Às vezes, para cúmulo, há mesmo mulheres que dizem: isso são livros de gaja.
A raiz da minha cultura não pertence ao elitismo. Tenho orgulho das minhas origens, do meu avô pastor, do meu pai carpinteiro, como outros têm orgulho dos seus longos nomes compostos.
Depois de um trabalho que encerre convicções profundas, que tenha em conta os princípios da sua área artística, que seja consciente da história dessa área e que faça uma proposta coerente e inovadora, acredito na divulgação o mais ampla possível.

Esconder uma obra em tiragens de 300 exemplares não lhe acrescenta um grama de valor artístico. Quando essa falta de divulgação resulta de uma escolha, pressupõe, quase sempre, falta de consideração pelo público, a crença de que um público mais vasto seria incapaz de entender tamanha sofisticação.
Acredito que a poesia pode ser publicada em caixinhas de fósforos, escrita com trincha ou spray nas paredes, impressa em t-shirts, afixada no facebook. Em qualquer um desses lugares, será diferente, mas em todos continuará a ser poesia.

É ridícula a ideia de que a divulgação deturpa. A banalização é sempre tarefa de quem banaliza e não do objeto banalizado. Quem não for capaz de convocar os seus sentidos e a sua razão para apreciar uma determinada obra, apenas por acreditar que se encontra muito difundida, tem problemas graves ao nível do espírito crítico e da isenção mais básica. Esse é um daqueles casos em que se aconselha a lavagem de olhos. É aí que reside a deturpação.

Admiro o povo ao qual pertenço. Não o povo mitificado, admiro o povo quotidiano. Gosto de ir a feiras. Gosto de comer frango assado com as mãos. Devo tanto à cultura deste povo como devo a Dostoievski Há alguns meses, a personagem de uma telenovela citou um poema escrito por mim. Toda a gente da minha rua viu e ouviu. A minha mãe ficou orgulhosa e eu também.

Chamo-me José ou, se preferirem, Zé. Desprezo o elitismo. O verbo não é exagerado, adequa-se bem ao que sinto.
Hei de sempre divulgar o meu trabalho na máxima dimensão das minhas capacidades. Devo esse esforço à convicção que tenho naquilo que escolhi dizer. Fico feliz se vejo os meus livros disponíveis em supermercados, estações de correios, bombas de gasolina ou bibliotecas públicas.

Aquilo que faço não existe sozinho, precisa de alguém que lhe dê sentido, o seu próprio sentido e interpretação pessoal. Se uma árvore cair sozinha na floresta, sem ninguém por perto, será que faz barulho? Por esse motivo, o esforço de divulgação é também uma mostra de respeito para com essas pessoas, é um sinal da minha crença nelas e no seu valor. Exatamente como estas palavras, que existem porque estás a lê-las.
Escrevo romances, a minha força de vontade é enorme. Tenho 38 anos, conto estar por cá durante bastante tempo. Tenho ainda muito por fazer.
Habituem-se.
Não tenho medo.

José Luis Peixoto

30 de março de 2013

O Sul onde eu vivo...



Concurso

No próximo mês, vou participar num debate no Parlamento Europeu com escritores da Grécia, Espanha e Itália.
Vamos falar sobre a situação no sul da Europa. Nesse âmbito, há um concurso de escrita.
Espero que possam participar. 
Mais informações sobre o concurso aqui.
(José Luis Peixoto)

Let’s Amplify Your Voice

Click on the “Participate”menu, choose and complete one or all phrases.
The southintalk blogspot invites you to KEEP WRITING.

We “liked” what you write and, having announced the individuals YOU “LIKED” AND YOU NOMINATED to join us in Brussels, we want to ensure that no thought is lost and every voice is heard.
Watch the people you nominated through the live streaming on this blog on April 10th. And make sure you also leave us your mail, or visit this site so we can keep you posted on this and forthcoming events.
WE WILL PRODUCE AN E-BOOK WITH YOUR POSTS entitled precisely “The South I Live in.” And we will distribute this e-book to Members of the European Parliament and beyond!!!
SO KEEP POSTING until April 15th on the thesouthintalk.blogspot.gr.
During this period, EU citizens residing or originating from Italy, Spain, Portugal and Greece, but also Cyprus and Slovenia, can participate in this COMPILATION OF CITIZEN’S THOUGHTS by completing the following phrases:

I belong to a generation…
I cannot…
I am seeking…
I want…

Participants are invited to visit our blog and complete these phrases with a short submission, expressing their thoughts, through their Facebook account.
The objective now is that this “participatory narrative” that describes the transformation of the European South, as citizens experience it, is exploited to the full.
Make sure you join us live on the event that will take in Brussels in the premises of the European Parliament on April 10th 2013, with the participation of four emblematic writers of modern literature in the European South: José Luís Peixoto (Portugal) Mariolina Venezia (Italy), Alexis Stamatis (Greece), and Santiago Roncagliolo (Spain). Tweet or post your questions and thoughts!
Thank you for your participation. Be there through your delegates, be there LIVE, be in out e-book and keep the South In Talk.